"Os perigos de Paulina"

DignaIdade

COLUNA - DignaIdade

Data 12/03/2024
Horário 07:30

A Sessão da Tarde está completando 50 anos de exibição e o primeiro filme que foi exibido na Sessão no Rio de Janeiro foi “Os Perigos de Paulina” (The Perils of Pauline), de 1967. Produzido pelos Estúdios Universal, este filme foi dirigido por Joshua Shelley e foi uma nova versão de uma clássica série de pequenos filmes mudos estrelados por Pearl White nos anos 1910-20. O filme mistura aventura com comédia em aventuras exageradas onde uma donzela, Paulina (Pamela Austin), sofre uma série de perigos enquanto seu namorado de infância, George (Pat Boone), tenta localizá-la incansavelmente. O filme é um condensado de três episódios de um seriado multicolorido (inspirado no Batman da TV) que acabou não sendo produzido. Um dos mais repetidos filmes da Sessão da Tarde em seus primórdios que serviu de base para o desenho “As Aventuras de Penélope Charmosa”, de Hanna-Barbera, em 1967. 

Coluna do Idoso
    
“Sensação de estorvo”

Um dos sentimentos que provocam grande sofrimento ao longo do envelhecimento é a impressão de ser estorvo na vida de alguém. Acreditar que possa atrapalhar ou obstruir a vida do outro, acarreta angústia e tristeza, agravando quadros depressivos e ansiosos. Tais sentimentos ocorrem em parte pela própria visão autodepreciativa de alguns idosos e sensação de menos valia, onde há uma hipovalorização da sua própria importância e atitudes. Por outro lado, tal situação é agravada pelas fragilidades ocasionadas na velhice que geram maior necessidade de atenção e cuidados. Idosos dependentes físicos, acamados ou com limitações cognitivas podem ter a percepção que geram mudanças e complicações na vida de seus familiares, preocupando-se antecipadamente com o fato. É preciso entender as entrelinhas de quem se sente atrapalhando a vida de alguém: não é simplesmente um idoso resmungão, insatisfeito ou querendo chamar a atenção. Num mundo cada vez mais etarista, que coloca a beleza e a juventude em pedestal, e esconde o idoso nas coxias da vida, não é difícil acreditar que realmente se esteja obstruindo a liberdade alheia. E esta sensação de estorvo vem de um conjunto de pequenos gestos, toques, olhares, resmungos, silêncios e conflitos antecipatórios. Se por um lado, é fácil entender a sensação do ser envelhecido em se sentir um peso, também é necessário entender o lado do familiar que, muitas vezes, desdobra-se em cuidados, atenções, abdicações, inclusões, e nada parece ser suficiente para que o idoso se sinta confortável ou confiante. Na verdade, a forma mais rápida de ser um estorvo é não querer ser um. Na tentativa de não dar trabalho, o idoso omite, esconde para não incomodar, tenta fazer sozinho e os resultados podem ser ainda mais determinantes de preocupações. Precisamos incomodar um ao outro sim: bora ser estorvo um do outro. Jovens e crianças podem ser estorvos, adultos também, assim como idosos. O importante é aprender juntos a contornar os caminhos e dificuldades. 

Dica da Semana

Televisão

50 anos da Sessão da Tarde: 
A sessão de filmes vespertina da Rede Globo foi lançada em 1974 e continua firme na programação da emissora, encantando gerações. Engana-se quem pensa que os filmes de Jerry Lewis ou de Elvis Presley estejam entre os campeões de reprise. A lista de cinco campeões das reprises: “Ghost, Do Outro Lado da Vida”, 1990 (25 reprises), “A Lagoa Azul” (80, 23 reprises), “De Repente 30” (2004, 17 reprises), “A Volta da Lagoa Azul” (91, 17 vezes) e “A Família Buscapé” (15 reprises). 
 

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