“Parasita”: o novo clássico

Cinemateca

COLUNA - Cinemateca

Data 05/08/2020
Horário 06:01

Novidade

O cinema sul-coreano, que já era uma potência, ganhou os holofotes com o sucesso estrondoso de “Parasita”, mas não é de hoje que a indústria vem produzindo material de qualidade e tramas surpreendentes. Se você buscar sair da bolha Hollywoodiana e experimentar filmes de uma cultura diferente, com certeza não vai se arrepender! Ainda na Coréia do Sul, podemos colocar ênfase em “Oldboy” (2003), “Invasão Zumbi” (2016) e claro, “Parasita” (2019).

Memorável

O filme do momento é um thriller com misto de comédia e foi o grande vencedor do Oscar de 2020 levando nas categorias de: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Diretor e Melhor Filme. A trama aborda desigualdade social, vingança e trapaça.

História

 Um garoto pobre passa a dar aulas para uma garota de família rica e, vendo a oportunidade, cria um plano para infiltrar toda a sua família na casa burguesa. Mas os segredos e mentiras levam todos a viver um verdadeiro caos. O diretor Bong Joon-Ho cria uma sátira social que não se contenta em ser limitada, onde ele conduz uma narrativa milimetricamente coordenada com detalhes sutis que enriquecem a obra a cada cena. Não é a primeira vez que o diretor faz comentários contra o capitalismo, pois ele já havia trabalhado neste conceito em “O Expresso do Amanhã” (2013).

Hollywood 

Você provavelmente vai se perguntar, por que esse filme está fazendo história? Além, é claro, do feito no Oscar, o filme também foi destaque em outras premiações, como no SAG Awards onde o elenco se sobressaiu aos demais atores (consagrados). A imprensa e a crítica também o classificaram em “visceral, elegante e robusto”. O enredo transita entre vários gêneros cinematográficos, tem grande apelo ao público e faz críticas com inteligência. 

Harmonia

O telespectador fica envolto ao redor da trama do começo ao fim, pois as viradas de roteiros acontecem de forma tão harmônica e imprevisíveis, que até o diretor se diz fascinado pelo jogo dos personagens. O filme também fala muito em arquitetura, onde as principais locações dão uma visão assumidamente caricatural das classes sociais, tendo em vista que a família de pilantras tenta a todo custo, sair do buraco, literalmente. 

Tragédia

O roteiro se encaminha a um desfecho trágico desde o começo, o que mostra que a ascensão social não é “tolerada” por aqueles mais abastados. Com exageros propositais, humor ácido e violência criam uma bomba-relógio que explode em um clímax sangrento. A missão do filme se conclui com êxito em sua proposta. Resta agora, esperar em que mais Bong Joon-Ho pode nos surpreender! 

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