“Pequenos produtores também podem investir no confinamento”

Cristiano Machado

Em artigo, Sérgio Przepiorka, proprietário da Boitel Chaparral, em Rancharia, afirma que não é verdade que somente grandes produtores podem aderir ao projeto de confinamento de bovinos

COLUNA - Cristiano Machado

Data 13/08/2021
Horário 06:00
Foto: Boitel Chaparral/Divulgação
Sérgio Przepiorka: “Se decidir investir no confinamento, fique atento ao planejamento dos principais insumos, como água, alimentos e espaço. Mas principalmente, não se esqueça de privilegiar o bem-estar e o conforto dos animais”
Sérgio Przepiorka: “Se decidir investir no confinamento, fique atento ao planejamento dos principais insumos, como água, alimentos e espaço. Mas principalmente, não se esqueça de privilegiar o bem-estar e o conforto dos animais”

Em artigo de opinião feito nesta semana, o agropecuarista Sérgio Przepiorka, proprietário da Boitel Chaparral, em Rancharia, aborda um tema interessante do segmento: confinamento de bovinos não é um projeto apenas para grandes produtores. “Os pequenos produtores também podem investir no confinamento especialmente nas estações mais secas do ano, quando falta pasto e os animais correm risco de ficar malnutridos. Isso é importante inclusive por razões econômicas, já que no sistema a pasto a terminação vai até os 36 meses de vida, em média, e no confinamento, o tempo é reduzido para cerca de 24 meses. O ganho de 12 meses representa um adicional extraordinário para a gestão do projeto pecuário”, argumentou.
A análise está no texto assinado por ele e intitulado de “Confinamento de bovinos não é projeto somente para grandes produtores”, publicado por entre outros veículos de comunicação especializados, o Norte Agropecuário. “As técnicas de confinamento e semiconfinamento proporcionam importantes contribuições para a engorda de bovinos. Com atenção aos custos e ao manejo nutricional e sanitário, a prática oferece boa rentabilidade, além da aceleração da terminação, rendimento diário acima da média, acompanhamento diário dos indicadores e gestão das pastagens”, diz a introdução do texto. Ele complementa: “Avaliando essas informações, pode-se pensar que a terminação intensiva está disponível somente para grandes volumes de animais. Não é verdade”. 

Fotos: Boitel Chaparral/Divulgação

Comida e água 
O agropecuarista considera que o estoque volumoso de comida e água de qualidade para os animais devem ser as primeiras preocupações dos pecuaristas. “A nutrição é o ponto principal para que a engorda ocorra no tempo e com a qualidade esperada. Entre 60% e 70% das despesas referem-se à alimentação dos animais”, orientou.

Gado à vontade 
Para Sérgio Przepiorka, “oferecer espaço adequado para cada animal é outro importante fator dessa técnica de terminação intensiva”. “Afinal, é preciso deixar o gado à vontade. Bovinos estressados representam improdutividade, o que acaba reduzindo a eficiência do regime. A conta é simples: 15 metros quadrados para cada animal. Esse espaço é o suficiente para proporcionar bem-estar para o rebanho.”
Ainda no artigo, o dono do Boitel comenta que “as doenças também devem merecer especial atenção”. “O tempo seco, o frio e a poeira contribuem para a ocorrência de algumas doenças respiratórias indesejadas, como a pneumonia. Por isso, os animais devem ser vacinados antes da entrada no confinamento e, assim, evitar esse tipo de inconveniente”, ressaltou.

Nutrição 
Outro fator importante é a questão nutricional que, segundo Przepiorka, “deve seguir parâmetros profissionais”. “Para começar, não recomendo que o próprio pecuarista ou sua equipe, sem conhecimento técnico, alimentem os animais do jeito que bem entendem. Se isso acontece, ou o confinamento não funciona ou pode até fazer mal para o gado. Deve-se procurar a ajuda de consultores que entendem do assunto. Caso contrário, a engorda no confinamento não atingirá todo o potencial, além de elevar os custos. Os alimentos devem ser acessíveis para que não se inviabilize o regime nesse sistema”, disse.

O manejo 
O manejo, conforme o texto analítico, é outro fator que impacta o bem-estar dos animais no confinamento. “Todos devem ser levados ao box no mesmo dia, de forma eficiente. No Boitel Chaparral, usamos o Tronco Hidráulico Megatron, da Coimma, ferramenta que facilita o manejo dos animais. Além disso, troncos como esse contribuem para a eficiência do processo ao respeitar os animais e evitar o estresse ao máximo. O equipamento conta com paredes laterais almofadadas e o piso é emborrachado, o que permite agilizar o processo”, analisou. 
Ao finalizar o texto, Przepiorka arremata: “O ponto central é que se decidir investir no confinamento, fique atento ao planejamento dos principais insumos, como água, alimentos e espaço. Mas principalmente, não se esqueça de privilegiar o bem-estar e o conforto dos animais”.


“Somos parceiros do agricultor. Temos como objetivo fazer com que ele cresça. Alguns dos diferenciais da Sicredi são transparência e compromisso com os produtores. Não tem nada embutido. É tudo feito às claras”. 
Jorge Bezerra Guedes, presidente da cooperativa de crédito Sicredi Rio Paraná PR/SP, em entrevista ao “Agro & Negócios”, domingo, às 7h, na Rádio 101 FM de Presidente Prudente (SP). Acompanhe pelo www.norteagropecuario.com.br.

China comprou 490,17 mil toneladas de carne do Brasil em 7 meses 

Os elevados preços do boi gordo no mercado brasileiro vêm sendo repassados aos valores da carne exportada. Entre julho/20 e julho/21, a média mensal do boi gordo (Indicador Cepea/B3) subiu 44%, em termos nominais (ou seja, sem considerar os efeitos da inflação). Para a carne exportada, dados da Secex mostram que, no mesmo período, houve valorização de 33%, com a média atingindo recorde em julho, de US$ 5.427,72/tonelada. 
No caso específico da China, o valor médio foi de US$ 5,77/kg em julho/21, aumento de 33,6% em um ano. Segundo pesquisadores do Cepea, esse incremento nos valores da carne exportada vem sendo observado mesmo com o dólar em elevado patamar (acima dos R$ 5). 
De janeiro a julho de 2021, a China foi destino de 490,17 mil toneladas da carne bovina brasileira (correspondendo a 46% de todo o volume embarcado pelo Brasil no período), quantidade 8,5% superior à do mesmo período do ano passado, quando somava o até então recorde de 451,77 mil toneladas. (Do Cepea)
 

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