O presidente Grêmio Prudente, André Garcia, conversou por quase oito minutos com a imprensa local na tarde de hoje, no Estádio Caetano Peretti, em Presidente Prudente, a respeito do suposto caso de injúria racial seguido de uma confusão no Estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, no final do confronto entre Red Bull Bragantino II e Grêmio Prudente, no último sábado.
Como noticiado pela reportagem de O Imparcial na edição de hoje, o episódio chamou a atenção do árbitro Aparecido Pereira Bueno, que foi informado pelo diretor de jogo, Vito Chiarella Neto, que membros do Red Bull Bragantino II alegaram que um membro que estava junto à diretoria do Grêmio Prudente, que se encontrava no camarote, fez um gesto racista, supostamente imitando um macaco, para um torcedor do Toro Loko que se encontrava nas dependências do Nabizão. Na súmula da partida, o árbitro informou ainda que ambos foram para a delegacia para registro de boletim de ocorrência.
De acordo com o mandachuva do Carcará, o membro que estava junto à diretoria do Grêmio Prudente é um jovem de 19 anos. André Garcia relatou que não estava no Nabizão para acompanhar o jogo, porém tomou conhecimento do caso a partir dos relatos das pessoas que acompanharam o fato e do boletim de ocorrência registrado na Delegacia Seccional de Bragança Paulista.
“Nosso pessoal, como já é de costume, foi colocado numa cabine de imprensa, numa espécie de camarote, onde já costumeiro nas partidas, e ali estavam alguns funcionários [do clube]. O jogo transcorreu normalmente e na reta final o Grêmio acabou fazendo dois gols e alguns torcedores começaram a gritar em direção a esta cabine e este jovem, infelizmente, acabou respondendo com xingamentos e, enfim, a coisa deu uma inflamada”, iniciou André Garcia.
Segundo o presidente do Grêmio, após o apito final, os membros da diretoria do Carcará desceram da cabine para ir embora e alguns torcedores do Red Bull Bragantino II foram tirar satisfação na beirada da divisão do setor das cadeiras do Nabi Abi Chedid. Houve agressão, “mas tinha uma grade que separava e aí a polícia chegou apaziguando os ânimos”.
O repórter Vinícius Garcia, da CBN Prudente, captou as imagens do episódio narrado no parágrafo acima por André Garcia. Nas imagens é possível ver o torcedor K. L. S. revoltado e dizendo que foi alvo de racismo. “A partir deste momento que o torcedor do Red Bull faz a acusação da ofensa de cunha racista contra o jovem, que não é um funcionário do clube, não é um diretor, não tem qualquer cargo e estava ali acompanhando como torcedor”, relatou André Garcia.
Conforme o presidente do Carcará, os envolvidos foram levados à delegacia, onde foi registrado o boletim de ocorrência. “O rapaz que fez a acusação é o mesmo que também fez a agressão. O delegado [Guilherme de Miranda e Figue] não conseguiu nenhum elemento que comprovasse a injúria racial, então ele acabou optando por liberar todo mundo e agora o inquérito vai ter um seguimento e a gente não sabe ainda o que vai acontecer, mas aparentemente não foi apresentada nenhuma prova concreta”, pontuou Garcia, ao ressaltar que, em resumo, “um lado acusou e o outro nega”.
