“Se você tem dedicação, foco e disciplina, com certeza consegue chegar aonde quer”

Rodrigo “Bo” Takahashi, arremessador de beisebol

Esportes - OSLAINE SILVA

Data 02/11/2019
Horário 05:22
Marco Vinicius Ropelli -  Arremessador, que atua há 6 anos nos EUA,  foi selecionado, recentemente, para compor o time principal da MLB
Marco Vinicius Ropelli - Arremessador, que atua há 6 anos nos EUA, foi selecionado, recentemente, para compor o time principal da MLB

Nunca é repetitivo dizer que Presidente Prudente é um celeiro rico quando o assunto é esporte. A cidade tem grandes nomes, em modalidades diversas, que se destacam mundo afora. Rodrigo “Bo” Takahashi é um destes orgulhos que o município tem. O arremessador, que atua há 6 anos nos EUA, um dos 40 profissionais da equipe de beisebol do Arizona Diamonbacks, campeã da Double A deste ano, foi selecionado, recentemente, para compor o time principal da MLB (Major League Beisebol) das Grandes Ligas Americanas. De férias em sua terra, ele falou sobre este e outros feitos em sua carreira com a reportagem de O Imparcial, durante o 28º Torneio Comendador Hiroshi Yoshio de Beisebol Interclubes Adulto, na Acae (Associação Cultural, Agrícola e Esportiva).

Como se sente sendo o primeiro jogador nascido brasileiro a vestir o uniforme oficial do D-backs e o sexto a entrar para a Major?

É tudo um processo, até que longo, foram seis anos desde que fui para os Estados Unidos. É uma gratidão enorme e honra assinar com esse time. Fico muito feliz e acredito que seja apenas o começo e tenho certeza que tem muito mais por vir. Vou continuar me esforçando e trabalhando para ir mais longe.

Em uma entrevista, seu pai, Mario Kaneki, disse que você sempre foi muito determinado e esforçado. Fale sobre essas suas duas qualidades.

Desde pequeno ele me ensinou esse caminho: ‘se você quer uma coisa tem que correr atrás e se esforçar. Se tem um sonho, nunca desistir dele e buscá-lo’. Só tenho a agradecer todo o ensinamento dele, tudo que fez por mim, porque tenho certeza que se não fosse pelo meu pai, eu não seria a pessoa e o profissional que sou hoje.

Ele mencionou que você sempre dizia também que: “para os Estados Unidos da América, iria até de graça”. Como assim?

Isso foi uma história mais ou menos assim. Voltando de um campeonato Pan-americano na Venezuela, vimos como era o nível do nosso beisebol com o de fora era bem grande. Então era meu sonho, minha meta e se eu tivesse a oportunidade, ‘iria até de graça’.

Como têm sido estes seis anos que está fora? O que mais te agrada por lá?

No começo foi bem difícil, sabe? Nova cultura, nova língua, mas depois de algumas semanas, meses, eu já me acostumei. E uma coisa que me agradou muito foi a diversidade de comida [risos]. Você pode escolher um cardápio diferente todos os dias. Isso me agrada muito. [risos]

“SÓ TENHO A AGRADECER TODO O ENSINAMENTO DELE, TUDO QUE FEZ POR MIM, PORQUE TENHO CERTEZA QUE SE NÃO FOSSE PELO MEU PAI, EU NÃO SERIA A PESSOA E O PROFISSIONAL QUE SOU HOJE”

Com que idade começou a jogar beisebol? Por onde passou até chegar onde está?

Desde criancinha. Meus irmãos mais velhos jogavam e meu pai era técnico. Então eu sempre estava no campo. Igual, vir aqui e ver essa criançada brincando é pra mim um motivo a mais de seguir mais longe! Comecei aqui nesses campos da Acae e é sempre bom estar neles e acompanhar novos praticantes de beisebol desde pequeninhos.

Praticou alguma outra modalidade esportiva?

Somente na escola. A gente brincava um pouco de futebol, basquete, mas nenhuma conseguiu superar o beisebol. [risos]

O beisebol exige muita prática?

Bastante treino, é um esporte muito complexo, porque querendo ou não tem muitas regras, então preciso ficar sempre atento, prestar muita atenção. Só com muito treino conseguimos chegar a um nível muito bom.

Como avalia o crescimento do beisebol como esporte e o que espera da modalidade que estará nas Olímpiadas de Tóquio, no Japão em 2020? Você estará lá?

Acho que o beisebol brasileiro está crescendo muito. A Major League Beisebol, que é a maior na grade do mundo, está com uma academia no Brasil, em Ibiúna [SP]. Então acho que, com isso, as chances de jogadores brasileiros irem pra fora aumentaram bastante. Inclusive, tem dois prudentinos que estão lá como bolsistas no CT [Centro de Treinamentos], o Gustavo Cardoso Macena e o Emanuel Madeira. Não há dúvidas que se levarem a sério os ensinamentos, estão no caminho certo.

Prudente tem talentos em várias modalidades, assim como você. Que conselho pode dar aos jovens que estão começando e aos que estão batalhando no esporte?

Como atleta eu repito que se você tem um sonho, não desista jamais. Vai ter momento que não será nada fácil, mas se você tem dedicação, foco e disciplina, com certeza consegue chegar aonde deseja.

Fica por aqui até quando?

Ainda não tenho certeza. Estou de férias, mas o time pode me chamar a qualquer momento e eu ter que voltar. Estar aqui é sempre muito bom. Em casa, com a família, os amigos. E quero aproveitar e agradecer sempre o carinho das pessoas e do jornal O Imparcial.

 

 

 

 

 

 

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