“Tapa na cara”

Quantos “tapas na cara” levamos durante uma vida! Quer “tapa na cara” maior, do que deixar o “céu”, chamado útero de mãe, durante o nascimento? Pois é! Levamos muitos, sem ao menos, tocarem, literalmente, no rosto. Há muitas formas de agressões e violências. E não são restritos somente aos seres humanos! A mãe natureza leva infinitos “tapas”. Agressões diversas e suntuosas. Está sendo destruída lentamente. E todos nós, iremos juntos. E juntos conosco, nossos filhos, netos e bisnetos. Toda uma geração será dizimada, se não houver responsabilidade, respeito e mobilização em massa. 
Há “tapas na cara” verbais. Muitas vezes, agredimos com palavras, atitudes, indiferença, descasos e ironia. Agredimos com um simples olhar tendencioso. Violentamos com a nossa vaidade, autoritarismo e onipotência. Muitas vezes, damos “tapas na cara” em fingir que nada está acontecendo. E assim, a omissão destrói crianças que estão sendo abusadas sexualmente, pelos familiares, onde finge-se nada ver. Brincar de faz de conta é um “tapa na cara” significativo. 
Muitas vezes é preferível levar realmente um tapa na cara. Os “tapas na cara” chamados luto de um ente querido é devastador também. As cesuras em que vivemos durante a vida são vários “tapas”. Deixar a infância, adolescência, fase adulta e envelhecer, que são processos evolutivos e inerentes, realmente são “tapas na cara” com tapas de pelica. E as drogas? O traficante precisa do viciado. O viciado é dependente da droga. Não é um “tapa na cara”? 
Por que a guerra? Einstein pergunta para Freud, inconformado. Ele foi procurado para criar uma bomba invisível. Ele negou-se. Não teve jeito, o lobo mau criou no lugar dele. E hoje testemunhamos a bomba termobárica (bomba vácuo), usada para atacar a Ucrânia. Putin dá na nossa cara e na cara de todo o mundo. 
E assim, após tantos “tapas”, podemos pensar no tapa na cara que o ator, Chris Rock, levou de Will Smith (ganhador do Oscar). Foi tudo armação de laboratório, para lançamento da medicação, para combater alopecia? Laboratório sobrevive da doença? Que tapa na cara. E se foi em nome do amor? 
Refletindo sobre a reação de Will Smith, como sendo realmente uma provocação de Chris Rock, chamamos essa reação de atuação. Atuar é uma explosão impensada, reprimida, desconhecida, mal elaborada de um impulso ou instinto em direção da ação ou atitude. Em psicanálise chamamos de acting-out. Trata-se de um termo usado para indicar ações impulsivas que uma pessoa pode ter e que contradiz seu comportamento comum. Muitas vezes essa expressão costuma surgir agressivamente, sendo uma marca de emergência daquilo que foi recalcado. Ou seja, é a maneira como o sujeito passa inconscientemente ao ato, fora ou dentro do tratamento psicanalítico, ao mesmo tempo, para evitar a verbalização da lembrança recalcada e para fugir da relação transferencial. 
A psicanálise é o ofício em direção, a levar o sujeito ao autoconhecimento. Conhecer a si mesmo é uma forma de abrandar os “bichos “internos e domesticá-los. No momento da fúria, podemos colocar tudo a perder. Muitas vezes damos chances para o azar, quando tudo estava caminhando bem. Ou um simples gesto de uma pessoa que quer provocar guerra nos tira do prumo em momentos que era, tão nosso. E vamos em segundos, do amor para o assassinato. E o bandido fica livre, e o mocinho prisioneiro. A reflexão sempre é o melhor caminho. Nessa hora, sair de cena é a melhor opção ou solução.
 

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