“Teremos tolerância zero com a corrupção. É não roubar e não deixar roubar”

PAULO LIMA (PSD) - CANDIDATO A PREFEITO DE PRESIDENTE PRUDENTE

Eleições - GABRIEL BUOSI

Data 29/10/2020
Horário 05:30
Cedida - Paulo Lima é candidato a prefeito pelo PSD
Cedida - Paulo Lima é candidato a prefeito pelo PSD

O Imparcial dá sequência a uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Presidente Prudente. A partir de um sorteio realizado com representantes dos concorrentes, foram decididas as datas das entrevistas, que ocorreram entre os dias 1º e 9 de outubro, e as datas das publicações, sempre às terças e quintas-feiras, entre 13 e 29 de outubro. A entrevista de hoje é com o candidato Paulo Lima, do PSD (Partido Social Democrático), que aos 57 anos busca a eleição ao lado de Padre Milton (PSD), nome escolhido para ocupar o cargo de vice-prefeito.
Para esta sabatina com os candidatos, foram acordadas oito perguntas, sendo seis delas iguais para todos e outras duas que devem levar em consideração as experiências sociais e políticas do candidato. Casado e com ensino superior completo como grau de instrução, Paulo Lima segue com o partido isolado, já que não há composição de coligações. Confira abaixo a entrevista:

Caso receba a confiança do eleitorado prudentino para ocupar a cadeira, qual deverá ser o projeto carro-chefe dentro do seu plano de governo?
No primeiro momento, a gente quer enxugar a máquina, rever toda a dívida da Prefeitura, que encerrará o ano em dívida sem pagar folha de pagamento de dezembro e décimo terceiro salário. Então, precisamos fazer uma administração da área econômica e financeira da Prefeitura, diminuir o número de secretarias e diminuir os comissionados, de tal forma que comece a sobrar dinheiro para reinvestir no social, econômico e administrativo. Precisamos fazer a Prefeitura trabalhar de uma forma resiliente, tem que ter competência na administração. Vou cobrar a equipe para que, todos com firmeza, possamos enfrentar a crise de 2021, que todo mundo sabe que haverá uma crise. Administrar uma crise não é fácil, tem que ter competência. Quando sobra dinheiro é muito fácil, mas quando não tem, precisa ter criatividade, competência e rigidez no trato público.

Os alagamentos no Parque do Povo são um problema frequente no município. Em julho deste ano, um empréstimo no valor de US$ 46,8 milhões foi aprovado junto ao Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata) e o processo, entre outros fatores, depende agora da contrapartida de 20% acordada em contrato. Se eleito, pretende dar andamento às negociações com o Fonplata? Como pretende viabilizar as obras para sanar esse problema tão antigo na cidade? 
O negócio do Fonplata é falácia e isso não existe. Como é um financiamento do exterior, tem que passar pelo Senado e ter anuência do Ministério da Fazenda e não acredito que passará lá, então, é conversa mole. Para fazer o Parque do Povo é preciso ter um projeto de engenharia e infraestrutura, que custará mais de R$ 50 milhões, e buscarei esse recurso no orçamento federal, pois conheço o caminho das pedras, e eu sei onde buscar a fundo perdido, e vou executar. Quem falar que fará diferente, está mentindo. Eu quero no primeiro ou segundo ano resolver esse problema dos alagamentos. Vou resolver com técnica, competência e engenharia de fato.

Há relatos de empresas que desistem de se instalar em Presidente Prudente ou até mesmo migram para municípios ou Estados vizinhos por alegarem falta de incentivo fiscal. Isso, além de prejudicar a arrecadação do município, consequentemente tem impactos na geração de empregos e em toda a cadeia produtiva. Quais serão as propostas para que empresas se sintam atraídas a virem ou permanecerem em Prudente? 
São duas situações. A guerra fiscal o município não tem como entrar, pois vai de Estado para Estado. O problema é a diminuição de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado de São Paulo para o Mato Grosso, Paraná, Goiás ou qualquer Estado. Se algum prefeito não sabe disso, ele tem que saber, isso é guerra fiscal. Na questão municipal, vamos dar condições técnicas, colocar nosso jurídico para conseguir uma área, terreno, terraplanagem, um apoio para uma nova indústria do agronegócio que pretendemos trazer, da tecnologia e informática que vamos buscar indústrias para se instalarem aqui. Além disso, a indústria do turismo, como a Cidade da Criança, que temos como fazer um polo turístico. A Cidade da Criança com qualidade e com as famílias aos finais de semana de Prudente e região. É o IBC (Instituto Brasileiro do Café), o Centro Cultural Matarazzo, os jogos no Prudentão, onde construímos junto com meu pai (Agripino Lima), que estava no processo de liderança e me escolheu como sucessor. Prudente tem várias áreas para a gente ampliar para que venham pessoas da região fim de semana para nossa cidade. E também pretendo trabalhar no fortalecimento do nosso comércio com campanhas de vendas e apoio às indústrias de Prudente, para aumentar em 15% no aumento do emprego da nossa cidade. Podemos aumentar de 8 a 12 mil vagas de emprego com o que já existe na nossa cidade, aumentando as vendas da nossa cidade.

Prudente, ao longo dos anos, ainda não conseguiu encerrar as atividades do aterro sanitário. Enquanto isso, a atual gestão aposta no Cirsop (Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos do Oeste Paulista) para reverter a problemática dos resíduos urbanos. Como pretende resolver a primeira questão e levar adiante a segunda? 
É fácil. Primeiro é que não acredito nesse consórcio. Acho que é mais um desvio de interesse da Prefeitura e do povo de Prudente, do que o consórcio por si só. Na questão do aterro, tem projetos antigos que não são cumpridos, inclusive, receberam R$ 8 milhões do governo do Estado e não gastaram no aterro da forma técnica que deveria ser, de acordo com técnicos do meio ambiente e pessoas especializadas que me passaram um raio-X da mesma situação que houve em Londrina (PR) e poderia ser feita em Prudente, e não fizeram. Precisa ser feita de forma técnica e transparência. O segredo disso é não roubar e não deixar roubar, pois fica fácil construir soluções dos problemas de Prudente.

O que o senhor promoverá, no âmbito financeiro, para equilibrar os cofres públicos?
Tolerância zero com a corrupção. É não roubar e não deixar roubar, que era o slogan do meu pai e agora o slogan do filho dele. Vamos combater a corrupção com firmeza e com coragem, em tudo o que a Prefeitura for entrar. Vamos checar preços para que em hipótese alguma não entregar um produto comprado ou menos, teremos pessoas preparadas e competentes para esta finalidade. Precisamos diminuir a politicagem, não pode ter uma quantidade enorme de comissionados e de pessoas despreparadas nas secretarias, usando o dinheiro público sem o retorno administrativo competente. Vou diminuir a quantidade para produzir mais e com mais qualidade. 

Qual o seu diagnóstico sobre o atual contrato do transporte coletivo na cidade? Pretende reavaliá-lo caso seja eleito? 
O contrato é para ser cumprido, dos dois lados. Em 30 dias eu vou resolver o problema do transporte público de Presidente Prudente. Se eleito for, que haja diálogo e respeito. Principalmente com o contrato e com o povo de Prudente. Temos que ter linhas regulares permanentes no horário, novas linhas, pois há bairros que estão sem ônibus, como o novo condomínio que a Pacaembu entregou na zona norte e que não tem ônibus suficiente para satisfazer. Precisamos criar com planejamento, para que tenhamos como outros municípios, que realmente exigem o respeito ao contrato e ao usuário. O usuário precisa ser respeitado na íntegra. A passagem urbana do transporte coletivo é uma das mais caras do interior de São Paulo e do Brasil, ou seja, tem tudo para realizar um bom serviço, o que vamos fazer é a gestão e competência, no sentido de fazer se cumprir a lei. Isso eu vou fazer. 

Anualmente, a administração pública tem o dever de garantir o acesso de todas as crianças à educação infantil. Como o senhor pretende trabalhar para que as famílias não permaneçam durante longos períodos à espera de uma vaga nas creches? É preciso construir mais unidades ou reestruturar as que já existem?
A educação no nosso município é de zero a 10 anos, 54 escolas, 10 mil alunos, 2,2 mil profissionais na área da educação. Existe um bom projeto para ser desenvolvido e com qualidade. Não é fechar escolas, eu vou abrir escolas, maximizar seus atendimentos, e precisamos ter a qualidade do conhecimento da questão acadêmica dos professores e funcionários, para trabalhar integrado em prol das famílias prudentinas. E assim faremos. A criança tem que ir para a escola aprender, ser respeitada, aprender bons conceitos, aprender valores democráticos e cristãos, valores esses que são da sua formação de personalidade e que dessa forma queremos que a criança volte para casa feliz e contente de ter uma boa escola, um bom professor. 
E, principalmente, resolver esse problema de vagas que não tem. Vamos resolver logo no primeiro ano, acredito que conseguimos resolver de imediato com um projeto que temos na educação. Quando fui reitor da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista) minha prioridade foi educação e saúde em primeiro lugar e atendendo o povo com carinho. 

Por qual razão o eleitor deve colocar a máquina pública em suas mãos? 
Eu peço a oportunidade para todos os eleitores e leitores do jornal, que acreditem em quem sabe administrar e conhece a máquina pública. Quem tem a experiência comprovada que consegue na iniciativa privada ser um líder onde trabalha, seja na televisão, rádio, pecuária. Quando eu fui reitor, uma gestão extremamente comprovada, então, eu tenho a experiência em várias áreas e segmentos. A administração pública não é brincadeira. Não pode haver experiência com o dinheiro publico. É preciso ter respeito e compromisso com a saúde de qualidade, educação e assistência social. A melhor assistência social que pode ter a partir de agora é com o Padre Milton, meu vice-prefeito, um homem preparado para atender as famílias, as mulheres e toda a periferia de Presidente Prudente.

Calendário de divulgação das 
entrevistas feito por meio de sorteio

13 de outubro
- Nelson Roberto Bugalho (PSDB) 
- Glauco José Bazzo (PTC) 

15 de outubro
- Juliano Borges (Podemos)
- João Felício Figueira (PRTB) 

20 de outubro
- José Lemes Soares (PDT)
- Luís Valente (PT)

22 de outubro 
- Marcos Lucas (Avante)
- Ed Thomas (PSB)

27 de outubro 
- Fábio Sato (MDB)
- Guilherme Piai (PSL) 

Hoje
- Laércio Alcântara (DEM)
- Paulo Lima (PSD)

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