O conceituado diretor Robert Wise atuou nos mais diferentes gêneros como o drama de pugilismo “Punhos de Campeão” (49), a ficção científica “O Dia em Que a Terra Parou” (51) e os musicais “West Side Story” (61) e “A Noviça Rebelde” (65), mas existem pequenas pérolas escondidas em sua filmografia. “Terrível Suspeita” (The House on the Telegraph Hill) é um policial noir de 1951, pouco conhecido, mas com roteiro muito interessante. Na história, uma mulher prisioneira num campo de concentração na Polônia durante a segunda Guerra, troca de identidade com uma amiga morta a fim de procurar sua família rica em São Francisco, nos Estados Unidos. Seu suposto filho de 11 anos está sendo criado por um tutor, por quem se apaixona e se casa. Ao assumir o papel de mãe e milionária, vai aos poucos, percebendo que o marido e a governanta possam estar mancomunados numa trama para matá-la. Um elenco sem grandes estrelas, mas com grandes atuações: Richard Basehart, Valentina Cortese e William Lundigan.
Empregabilidade do idoso
Cada vez mais tem-se observado um exponencial aumento da participação do idoso no mercado de trabalho, em consequência de um tripé principal de motivos: a-) a necessidade de manutenção de uma fonte de renda; b-) as melhores condições gerais de saúde dos idosos que se mantém ativos e produtivos por tempo mais prolongado; c-) a simples realização pessoal de se sentir útil e produtivo. No entanto, de todos estes motivos apontados, seguramente, o mais frequente é a complementação da renda, pois aposentadorias, pensões e benefícios podem não ser suficientes para cobrir todas as despesas que o idoso necessita com moradia, alimentação e saúde. Além disso, existe um decréscimo do padrão de vida com a aposentadoria, e muitos buscam manter o padrão de vida mais confortável que tinham antes da saída do mercado de trabalho. Nem todos os idosos têm filhos com condições de bancá-los ou ao menos, contribuírem com suas despesas (na grande, apenas uma minoria), e o que se observa é justamente o inverso. Grande parte dos idosos permanece como arrimos de família, garantindo a subsistência, não apenas do casal gerador, mas de filhos, netos e agregados, que continuam sob suas asas. Além de ter que continuar trabalhando, o idoso enfrenta grandes desafios. O primeiro deles é o etarismo, onde o preconceito baseado na idade limita oportunidades e relega o idoso a cargos inferiores dificultando sua inserção (Como curiosidade, no seriado “Jovem Sheldon”, um importante cientista sai da universidade e vai trabalhar de empacotar em um mercado de bairro). Outro desafio é a adaptação profissional, num mundo de frequentes avanços tecnológicos. E por último, o empurrão para a informalidade que grande parte dos idosos é lançada, a fim de reduzir custos dos empregadores, ou pela maior flexibilidade que necessitam em seus horários e hábitos. Ações públicas e privadas precisam acontecer para uma maior interação intergeracional, para que o idoso não fique rotulado como um simples usurpador de vagas e oportunidades.
Dica da Semana
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“A Substância”:
Direção: Coralie Fargeat. Com Demi Moore. 2024. Demi foi candidata ao Globo de Ouro e Oscar de Melhor Atriz do ano por este terror psicológico. Ela interpreta Elisabeth Sparkle, conhecida nacionalmente por um programa de aeróbica na TV, que tem um efeito devastador em sua vida quando é demitida por estar ficando velha. Em meio ao seu desespero, um laboratório lhe oferece um programa em que uma sustância pode restaurar uma versão mais jovem e perfeita de si mesma. Aos poucos, as duas versões vão entrando em conflito, expondo o preço a se pagar por uma juventude prolongada.