1º de abril

Sandro Villar

O Espadachim, um cronista a favor do jaguar e da jaguatirica

CRÔNICA - Sandro Villar

Data 01/04/2021
Horário 05:30

Não é apenas no dia 1º de abril que as pessoas contam mentiras. Nos outros 364 dias do ano elas também adoram contar mentiras, brincando ou não. A mentira tem perna curta, enquanto a Warner Bros tem Pernalonga. Ou se preferem: a mentira tem tíbia e perônio curtos.
Nunca se mentiu tanto como no Brasil contemporâneo. É tanta mentira que fica difícil escolher o Pinóquio do ano. Tenho meus candidatos. Ou melhor: centenas de candidatos.
O Dia da Mentira surgiu na França em 1500 e cacetada, como se diz em Portugal, durante o reinado de um certo Carlos IX. No Brasil, paraíso da mentira, o Dia da Mentira foi instituído em 1828. Inventaram a maior mentira na época. 
Alguns gaiatos espalharam o boato de que dom Pedro tinha morrido. Mentira. Era 1º de abril. Não sei se os boateiros puxaram cana com essa fake news da morte do imperador. 
A imprensa americana brincava muito no Dia da Mentira. Se não me engano, uma das melhores e mais divertidas foi publicada pela revista Time. A revista dizia que cientistas inventaram uma criatura híbrida chamada Boimate, um mistura de boi com tomate.
E não é que, no Brasil, levaram a coisa a sério? Mais uma prova da nossa viralatice, o complexo de vira-lata do qual nos falava Nelson Rodrigues. Sem checar do que se tratava - afinal, deu na Time -, a Veja, à época uma revista até razoável, entrou nessa e publicou a matéria sobre o tal de Boimate.
Ocorreu que logo depois a revista americana desmentiu a existência da estranha criatura, explicando aos seus leitores que tudo não passou de uma brincadeira de 1º de abril. 
A Veja caiu como um patinho e essa história do Boimate é considerada a maior "barriga" da imprensa brasileira. É nisso que dá não checar e conferir com rigor a informação.
Primeiro de abril, Dia da Mentira. Não vai sair por aí dizendo que o governo fixou o salário mínimo em R$ 4 mil. Também não espalhe o boato de que o litro da gasolina teve o preço reduzido e, agora, custa apenas R$1. Pega na mentira, mas pega leve somente neste dia, zoando os amigos.

DROPS

Se o pato perde a pata ele fica manco ou viúvo?

Com esse desmatamento, o joão de barro corre o risco de não encontrar árvores para construir sua casa.

Como viver até 100 anos? Basta não morrer.

Filme da Semana no Cine Brasil: "Tensão nos Quartéis"
(por falar nisso, dá-lhe, Pujol e dá-lhe, Ilques).
 

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