Quatro vereadores afastados de Rosana foram presos na manhã de ontem, pela Polícia Civil, por supostamente terem feito falsas acusações contra a chefe do Executivo municipal. Cícero Simplício (PTB), Filomeno Carlos Toso (PTB), Valdemir Santana dos Santos, o Demir da Gleba (PPS) e Walter Gomes da Silva (SSD) foram detidos durante ação realizada pelos policiais da Delegacia Seccional de Presidente Venceslau, denominada "Operação Kratos".

Filomeno Carlos (à esq.) e Demir da Gleba foram detidos
"Fico enojada por terem tentado me culpar por um crime, por tentarem imputar a mim essa responsabilidade e foram pegos na mentira. Agora só espero que seja feita justiça", disse a prefeita de Rosana, Sandra Aparecida de Sousa Kasai (PSDB), depois de ter recebido, pela reportagem de
O Imparcial, a notícia da prisão dos vereadores que estão afastados por conta de denúncias de corrupção.

Cícero Simplício também foi preso na ação da Polícia Civil
"O motivo da prisão é o fato de eles terem noticiado um crime que não ocorreu, imputando responsabilidade a uma pessoa inocente", explica o delegado responsável pela operação, Everson Contelli. Segundo ele, os quatro parlamentares tiveram a prisão temporária decretada e irão responder pelos crimes de associação criminosa e denunciação caluniosa. O delegado informa que, ainda pela manhã, eles foram encaminhados para a Cadeia Pública de Venceslau.

Walter da Silva foi levado com os demais para Venceslau
Operação Devassa
Os referidos vereadores haviam sido afastados dos cargos no dia 24 de janeiro, por conta de uma decisão judicial, quando, de acordo com reportagem publicada por O Imparcial, em ação conjunta, a Polícia Civil e o MPE (Ministério Público Estadual) cumpriram nove mandados de busca e apreensão em suas residências, o que culminou na apreensão de 183 objetos, entre computadores, agendas e documentos relacionados aos delitos investigados, além de R$ 3,5 mil em dinheiro. A ação foi chamada de Operação Devassa.
Durante as investigações deste primeiro inquérito policial, foi apurada a compra da presidência da Câmara pelos suspeitos, que teriam acusado a prefeita do município de ser a responsável por este crime. Um segundo inquérito foi instaurado para averiguar a denúncia e foi concluído, no dia 18 de maio, no qual foi apontado que a chefe do Executivo municipal não tinha nenhuma relação com o caso. Uma terceira investigação foi então iniciada, que levou à prisão dos quatro suspeitos.
O advogado que representou os vereadores durante a Operação Devassa foi procurado na manhã de ontem pela reportagem, para comentar as prisões, mas não retornou às ligações.