400 pessoas acompanham homenagem em Prudente

E eu, como representante de meu pai, dessas pessoas que lutaram por nós, sinto-me feliz e lisonjeada com tamanho apreço.

PRUDENTE - Aline Martins

Data 10/07/2014
Horário 07:00
 

Como de costume, os combatentes da Revolução de 32 foram homenageados em Presidente Prudente, na manhã de ontem, em frente ao Obelisco da Revolução, na Praça Nove de Julho, na avenida Coronel José Soares Marcondes. Com a presença de 400 pessoas, o desfile alusivo à Revolução Constitucionalista de 1932 reforçou o patriotismo.

Na cerimônia houve desfiles da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, grupos de escoteiros, Ordem Demolay e Tiro de Guerra. No ato, teve ainda a apresentação do Coral dos Serviços Públicos Municipais. O ápice do evento foi a colocação de arranjo de flores no obelisco, seguido por toque de silêncio.

Alguns familiares de ex-combatentes acompanharam a cerimônia, emocionados. Foi o caso de Regina Sandoval Gonçalves, filha de Antonio Sandoval Netto. "Esta solenidade é importante. É um momento histórico que o Brasil viveu e isso precisa ser relembrado. E eu, como representante de meu pai, dessas pessoas que lutaram por nós, sinto-me feliz e lisonjeada com tamanho apreço. É um orgulho participar desta festividade", diz.

Jornal O Imparcial Desfile em frente ao Obelisco da Revolução contou com a presença de policiais militares

O tenente coronel da Polícia Militar, Francisco Batista Leopoldo, afirma que é uma data significativa, o maior momento cívico para o povo paulista. "Lembramos os heróis de 32 e assim enaltecemos nosso espírito de civismo e patriotismo, o que nos encoraja a continuar trabalhando. Vale lembrar que a Polícia Militar teve participação decisiva durante a revolução", pontua. Acrescenta que é uma oportunidade de homenagear os combatentes da época, pois muitos são da região. "Simbolicamente colocamos um arranjo de flores no obelisco. É uma forma de agradecer e estender nossas homenagens", destaca.

Representando o prefeito de Presidente Prudente, Milton Carlos de Mello, Tupã (PTB), o chefe de gabinete Feiz Abbud agradeceu a presença das pessoas e comentou a importância dos ex-combatentes. "Eles nos ensinaram e esses conhecimentos precisam ser transmitidos a todas as gerações. Por isso, o desfile cívico é válido", ressalta.

Na ocasião, alguns policiais militares foram condecorados com medalhas de ouro, prata e bronze, pelos relevantes serviços prestados à comunidade.

 

População


Conforme dados oficiais da Polícia Militar, aproximadamente 400 pessoas acompanharam o desfile. Entre elas estava Cecília Barreto, 73, aposentada, que pela primeira vez acompanhava a solenidade. "Tudo muito bonito e emocionante. Perdi tempo não vindo em outros anos", diz.

Já Valdecir José Zanoni, 50, vendedor, costuma prestigiar o evento. "É uma ótima homenagem aos combatentes de 32. E ainda reconhecer os trabalhos dos nossos policiais de hoje. É uma honra estar aqui", frisa.

Assim como faz todos os anos, Doroti Sampaio, 61, professora aposentada, esteve na praça na manhã de ontem. "Acho uma festa linda. E nós brasileiros precisamos prestigiar. Eu faço minha parte", ressalta.

 

História


A Revolução Constitucionalista de 1932 é comemorada todo ano no dia 9 de julho. A data lembra a doação voluntária de homens ao seu Estado. A luta do período não foi em vão, pois no ano de 1934 passou a vigorar a nova Constituição do país, logo após Armando Salles de Oliveira – um paulistano autêntico – assumir o governo de São Paulo. Fato este que veio brindar os ideais constitucionalistas dos combatentes, que se lançaram em batalha naquele período.

Conforme publicado no site oficial da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo), desde a vitória da Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder pelas armas, São Paulo se encontrava em situação de inferioridade em relação à política brasileira, pois o governo federal nomeava interventores de sua inteira confiança para dirigir os destinos dos paulistas. O descontentamento acabou ocasionando vários comícios contra o governo federal.

Em 22 de maio de 1932, as manifestações nas ruas de São Paulo contra o governo Vargas tomaram vulto. O ministro da Justiça, Oswaldo Aranha, foi enviado para a capital, para conciliar os interesses de Getúlio Vargas na escolha de um novo secretariado.

A intromissão resultou em violentas manifestações, que conquistaram a adesão de integrantes do Exército e da Força Pública (hoje Polícia Militar). Os secretários nomeados eram de inteira confiança do interventor, o embaixador Pedro de Toledo.

A derrota da missão de Oswaldo Aranha provocou na noite do dia 23 de maio exultantes manifestações pela vitória alcançada. A população saiu às ruas do centro da cidade, onde ocorreram atritos com os partidários do ditador, que foram agredidos na via pública.
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