45% dos moradores de rua têm ensino médio completo em PP

Segundo os dados obtidos, 45% dos moradores de rua têm o ensino médio completo. Além disso, 76% das pessoas que se encontram nesta situação são homens e 24% mulheres.

PRUDENTE - João Paulo Tilio

Data 02/10/2013
Horário 08:35
 

Quase metade dos moradores de rua de Presidente Prudente possui ensino médio completo e a maioria é do sexo masculino. Essas foram algumas das constatações de uma pesquisa científica realizada por uma aluna e pela coordenadora do curso de Serviço Social das Faculdades Integradas Antônio Eufrásio de Toledo. Os resultados foram apresentados na semana passada. Conforme a Assessoria de Imprensa da unidade de ensino, 58 pessoas que se encontram nesta situação foram entrevistadas. Já segundo a secretária municipal de Assistência Social, Regina Helena Penati Cardoso Ferreira, 90% dessas pessoas estão envolvidas com a drogadição.

Segundo os dados obtidos, 45% dos moradores de rua têm o ensino médio completo. Além disso, 76% das pessoas que se encontram nesta situação são homens e 24% mulheres. A idade desses sujeitos varia entre 18 a 50 anos. Os resultados foram colhidos por meio de um trabalho apresentado durante um encontro de iniciação científica, que ocorreu na Toledo. A autoria é da aluna do 8º termo de Serviço Social, Allana Cristina Ribeiro da Silva, e da coordenadora Juliene Áglio Parrão.

"A sociedade tem uma conduta passiva e discriminatória frente aos sujeitos que estão em situação de rua, porque a decisão de estar na rua não tem relação direta com renda familiar, mas muitos chegam a essa situação por agravos decorrentes de situações violadoras de direitos. Apesar de estarem nessa condição, alguns não querem permanecer nela", comenta Silva à assessoria de imprensa da unidade de ensino. A pesquisa entrevistou 58 pessoas que foram atendidas no Centro de Referência Especializado da Assistência Social para a População em Situação de Rua (Creas Pop).

Outra constatação é que os moradores de rua costumam ficar no Terminal Rodoviário Comendador José Lemes Soares, Praça Nove de Julho e Praça da Bandeira, localizada no camelódromo. Além disso, Parrão acrescenta à assessoria da Toledo que a grande maioria dos entrevistados primeiro usou entorpecente para depois ir morar na rua. "A droga tem influência direta ou indireta na ida dessas pessoas para a rua e o diagnóstico apontou que 88% das pessoas em situação de rua em Prudente continuam usando drogas", expõe. Os dados obtidos por meio do diagnóstico serão enviados ao órgão competente da Prefeitura de Prudente para que sejam tomadas as providências cabíveis, informa a assessoria.

 

Drogadição


Ferreira conta que a porcentagem de moradores de rua que fazem o uso de entorpecentes pode ser até maior do que a constatada na pesquisa. "Acreditamos que mais de 90% estão sujeitos a essa vulnerabilidade, principalmente pelo uso de crack. Já tínhamos essa perspectiva antes, e conseguimos constatar isso por meio de uma mudança na forma como estamos fazendo agora o atendimento a essas pessoas", fala.

Ainda conforme a secretária, semanalmente são realizadas abordagens, com o intuito de fortalecer um vínculo entre as duas partes e os atingidos aceitarem fazer um tratamento contra as drogas. "Precisamos dar forças para que eles saíam das ruas. Nossa equipe faz a visita nos pontos em que sabemos onde eles estão ou nos quais somos chamados e proporcionamos um acompanhamento psicossocial, na área da saúde e em outros setores", expõe Ferreira.

 

SERVIÇO


CREAS POP


Caso alguém queira comunicar o Creas Pop sobre a presença de moradores de rua, a fim de haja intervenções de apoio, pode ligar para o telefone 3223-8273. Ou então, o Centro de Referência da População Migrante de Rua, antiga Casa de Passagem, realiza o trabalho de acolhida a essas pessoas. O prédio fica à Rua Napoleão Antunes Ribeiro Homem, 431, e funciona 24 horas por dia. O telefone é o 3223-6252.

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