51 cidades da região conquistam médias altas na avaliação do IDH

Em uma região em que o número de idosos tem crescido muito, como a nossa, é perigoso continuarmos com aquele estereótipo de que, ao envelhecer, a pessoa não é mais produtiva

REGIÃO - Iury Greghi

Data 31/07/2013
Horário 09:06
 

Além de Presidente Prudente, detentor do 25º melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, outros 51 municípios da região foram bem avaliados pelo estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado anteontem. Eles foram classificados na faixa de IDH "alto", ou seja, atingiram médias entre 0,700 e 0,799, em uma escala que varia de 0 a 1. Apenas quatro municípios regionais não conseguiram alcançar essa marca: Caiuá, Pracinha, Ouro Verde e Marabá Paulista, cujo índice é avaliado como "médio" (entre 0,600 e 0,699).

Jornal O Imparcial Quesito longevidade se destacou em 54 dos 56 municípios analisados

Na Alta Paulista, a cidade que obteve o melhor desempenho no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil foi Adamantina, com IDHM de 0,790, o segundo maior da região e 67º do País. No quesito geração de renda, um dos três componentes do cálculo, o município também tem o segundo melhor índice, de 0,772, atrás, mais uma vez, de Presidente Prudente (0,788). Nas outras duas variáveis, longevidade e educação, Adamantina obteve notas 0,852 e 0,750, respectivamente.

Logo em seguida no ranking regional aparece Pirapozinho, com nota 0,776. O município obteve também o melhor desempenho no índice de longevidade, com 0,863. A esperança de vida ao nascer (expectativa de vida) aumentou 8,7 anos nas últimas duas décadas, passando de 68,1 anos, em 1991, para 76,8 anos, em 2010, enquanto a média estadual é de 75,7 anos e no País, 73,9 anos. Já a mortalidade infantil reduziu 40% em dez anos, passando de 20,2 por mil nascidos vivos para 12,1, no período.

O quesito longevidade, aliás, foi destaque em praticamente todas as cidades da região. Das 56 analisadas, 54 tiveram avaliação acima de 0,800 nesta dimensão. Entre as notas mais altas, destacam-se Rancharia, onde a expectativa de vida é de 76,6 anos e a taxa mortalidade está em 12,3, e Junqueirópolis, com expectativa de 76,6 anos e mortalidade de 12,4.

Para o sociólogo Luiz Sobreiro Cabreira, o envelhecimento da população reflete a melhoria nas condições de vida, sobretudo, no campo da saúde. No entanto, segundo ele, o poder público precisa se atentar para as mudanças exigidas por essa nova realidade. "É necessário que esses idosos estejam inseridos no mundo do trabalho, que tenham uma função social. Principalmente em uma região em que o número de idosos tem crescido muito, como a nossa, é perigoso continuarmos com aquele estereótipo de que, ao envelhecer, a pessoa não é mais produtiva", observa.

Outra responsabilidade do poder público é encontrar uma solução para a demanda crescente de aposentados. Ele projeta um caminho: "Assim como já ocorre em outros países, a aposentadoria poderá ser apenas privada. O Estado não terá mais condições de custear todos esses benefícios".

 

Piores

Marabá Paulista foi o município que obteve o menor IDH da região: 0,677. Entre os três quesitos analisados, o da educação foi o que mais influenciou a média final. No município de 5 mil habitantes, apenas 29,4% dos jovens entre 18 e 20 anos possuem o ensino médio completo. Em Presidente Prudente, por exemplo, a taxa é de 62% e a média estadual é de 52%.

A renda per capita da população local é de R$ 457, bem distante das melhores marcas da região, como Adamantina (R$ 975) e Prudente (R$ 1.080). De acordo com o secretário municipal de Administração, José Carlos da Silva, melhorar as ofertas de educação e geração de empregos são os dois principais desafios da cidade. Depois que uma das principais empregadoras locais, a Usina Sucroalcooleira Decasa, fechou as portas no início do ano, a situação "ficou ainda pior". "A renda aqui é muito desigual. São poucas as oportunidades de emprego, que agora estão concentradas no ramo da confecção", diz. "A gente quer mudar a realidade do município para ele deixar essa posição desconfortável, mas os recursos são apertados".

Além de Marabá, tiveram índices "regulares" os municípios de Ouro Verde (0,692), Pracinha (0,696) e  Caiuá (0,697).
Publicidade

Veja também