7 usinas aderem ao Selo Etanol Verde na região

Hoje, conforme a lista de renovação dos certificados de 2014, estão as usinas: Açucareira de Quatá; Rio Vermelho, de Junqueirópolis; Atena Tecnologias, de Martinópolis; Cocal Comércio e Indústria Canaã Açúcar de Narandiba; Usina Caeté, de Pauliceia; Usina Alto Alegre, de Prudente; e Umoe Bioenergy, de Sandovalina.

REGIÃO - Mariane Gaspareto

Data 21/06/2014
Horário 09:14
 

Dados atualizados no dia 4 deste mês pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente apontam uma queda de 50% no número de empresas da região que aderiram ao Protocolo Agroambiental em 2014, ao se comparar com 2009. Nos períodos, houve redução de 14 para 7 adesões. Em abril de 2009, 155 usinas paulistas haviam aderido ao projeto. No ano passado, o número era de 141 empresas, enquanto em 2014 esta quantidade caiu para 132. O protocolo faz parte do projeto Etanol Verde, que tem como objetivo desenvolver ações que estimulem a sustentabilidade da cadeia produtiva de açúcar, etanol verde e bioenergia. Conforme a secretaria, a iniciativa existe diante da necessidade de promover a adequação ambiental na atividade agrícola e industrial e minimizar, consequentemente, os impactos sobre o meio ambiente e a sociedade.

Jornal O Imparcial Número de usinas que aderiram ao protocolo é 50% menor

Em 2009, na região de Prudente haviam aderido ao projeto ambiental as usinas: Indústria Açucareira de Quatá; as unidades da Cocal Comércio e Indústria Canaã Açúcar e Álcool, que operam nas cidades de Paraguaçu Paulista e Narandiba; Usina Alta Paulista, de Junqueirópolis; Atena Tecnologias, de Martinópolis; as unidades da Destilaria Paranapanema, instaladas em Narandiba e Sandovalina; Destilaria Paraguaçu, de Paraguaçu Paulista; Usina Rio Vermelho, de Junqueirópolis; Usina Branco Peres, de Adamantina; Usina Caeté, de Pauliceia; Usina Alto Alegre, de Prudente; Destilaria de Álcool Caiuá (Decasa), de Caiuá; e Usina Conquista do Pontal (UCP), do Pontal do Paranapanema.

Hoje, conforme a lista de renovação dos certificados de 2014, estão as usinas: Açucareira de Quatá; Rio Vermelho, de Junqueirópolis; Atena Tecnologias, de Martinópolis; Cocal Comércio e Indústria Canaã Açúcar de Narandiba; Usina Caeté, de Pauliceia; Usina Alto Alegre, de Prudente; e Umoe Bioenergy, de Sandovalina.

 

Ponto de vista

O advogado da Usina Branco Peres, de Adamantina, Alessandro Barros Costa, 40, afirma que a empresa enviou em abril deste ano a documentação para a renovação do certificado. A Usina Alta Paulista também informa que enviou a documentação para o certificado. No entanto, em 2013, a empresa não conseguiu renová-lo. Apesar da negativa, o engenheiro de segurança do trabalho e responsável pela área de meio ambiente da usina, Juliano Paião de Oliveira, afirma não saber o motivo. "Na época havia outro gestor nessa área", explica.

A Odebrecht Agroindustrial informa, em nota, que possui duas unidades agroindustriais no Estado de São Paulo. Uma delas, a Conquista do Pontal, localizada em Mirante do Paranapanema, entrou com o pedido de renovação do Selo Etanol Verde. Já a Unidade Alcídia, localizada em Teodoro Sampaio, entrou com o processo de requerimento de autorização somente em uma área delimitada, junto à Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, para a queima controlada, que tem o único objetivo de eliminar a alta infestação de ervas daninhas.

"A Odebrecht Agroindustrial esclarece que possui todo o processo de plantio e colheita 100% mecanizado, e que cumpre rigorosamente todas as normas ambientais vigentes. As duas unidades em questão são certificadas pelos principais selos internacionais existentes, tais como o Bonsucro e o RFS2 ", afirma nota encaminhada pela empresa.

Há cinco anos, o coordenador de Relações Institucionais da Udop (União dos Produtores de Bioenergia), Leandro Sanches Ferreira, em entrevista a O Imparcial, afirmou que 98% das usinas associadas ou filiadas à Udop – que reúne empresas dos Estados de São Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Amazonas – aderiram ao procedimento (na época). Ao ser questionado sobre a diminuição da renovação dos certificados, afirmou que esse acompanhamento é feito pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, em parceria com a Secretaria Estadual da Agricultura e com a Unica - União da Indústria da Cana de Açúcar - e completou que a Udop não pode confirmar a "suposta diminuição na renovação dos certificados". Ferreira explica que a entidade conscientizou e apoiou seus associados a aderirem ao protocolo em 2009.  "É uma importante prática de sustentabilidade e por isso trabalhamos naquele momento com as questões técnicas e de informação para que eles pudessem aplicar o projeto e conhecessem as diretivas", afirma. No entanto, segundo ele, a renovação do mesmo só é acompanhada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

 

Investimento

De acordo com o ambientalista Djalma Weffort, 62, presidente da Apoena (Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar), o protocolo é mais um instrumento de monitoramento das práticas socioambientais das empresas e representa também uma garantia para o consumidor em relação à qualidade do produto. "Para as empresas também é importante aderir ao protocolo, porque assim elas podem difundir uma imagem amiga e responsável. Tem empresário que reclama dos custos dos gastos do projeto, mas é um investimento". Segundo Weffort, de médio a longo prazos a empresa tem resultados financeiros dessas boas praticas socioambientais.
Publicidade

Veja também