90% dos alunos estão alfabetizados ao 7 anos

O número varia entre as duas sondagens (março e maio), em função das matrículas na rede.

PRUDENTE - Mariane Gaspareto

Data 31/08/2014
Horário 08:12
 

Resultados parciais de uma sondagem realizada pela Seduc (Secretaria Municipal de Educação) de Presidente Prudente, nas 31 escolas da rede, revelaram que, em maio deste ano, 79,89% dos 2.069 alunos do 3º ano consultados eram alfabetizados, diante de 78,13% dos 2.062 avaliados em março. Mesmo sem os números, a pasta estima que, ao todo, 90% das crianças sabem ler e escrever aos 7 anos de idade. O aumento seria de cinco pontos percentuais em relação ao ano passado, quando, como noticiado por O Imparcial, esse dado era de 85%. De acordo com a secretária municipal de Educação, Ondina Barbosa Gerbasi, o avanço se dá por conta de um método de ensino que ampliou significativamente os índices de alfabetização.

Outras séries também foram analisadas pela Seduc e constatou-se que 7,39% dos 1.787 estudantes do 1º ano, em março, eram alfabetizados. Em maio, dentre 1.798 crianças, o mesmo dado chegou a 17,91%. Para o 2º ano, 61,96% de 1.472 educandos já sabiam ler e escrever em março e, em maio, 70,49% dos 1.481. O número varia entre as duas sondagens (março e maio), em função das matrículas na rede.

Segundo a secretaria de Educação, alfabetização não é só ensinar o aluno "a ler o ABCD, mas um processo maior que consiste em decifrar as palavras, elaborar pequenos textos e interpretar".  Apesar do grande número de crianças que já sabem ler e escrever aos 7 anos de idade em Prudente, de acordo com a Gerbasi, "hoje há muitos que são alfabetizados aos seis anos". A meta estadual do Pnaic (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa) é de que 100% dos alunos cheguem aos 8 anos alfabetizados.

 

Método


De acordo com a secretária, grande maioria dos professores da rede de ensino municipal atualmente utiliza o método sociolinguístico - implantado em caráter experimental em 2011 em duas escolas. Hoje, para a titular da pasta, as professoras têm mais domínio do método e recebem um acompanhamento específico.

Ainda em 2011, a secretaria realizou um mapeamento escolar completo para ter dados sobre os estudantes do 1º ao 6º ano, que seriam encaminhados ao Estado para que ocorresse o acompanhamento desse aluno. "No entanto, ficamos preocupados ao perceber que 11,9% dos sondados, equivalente a 710 crianças, eram analfabetas", diz.

Segundo Onaide Schwartz Mendonça, autora do método e professora de Metodologia da Alfabetização da Unesp (Universidade Estadual Paulista), sua proposta é eficaz quando utilizada com afinco pelos professores e acompanhada pelo diretor e pelo orientador pedagógico. "Se aplicado corretamente, em três meses os alunos estarão alfabetizados", afirma.

Mendonça salienta que propõe uma série de exercícios e atividades práticas para serem aplicadas, em três níveis diferentes, visto que há diversidade de alunos em uma sala, com alunos com mais ou menos deficiências.

 

Reflexos


Segundo a orientadora pedagógica do método, Anna Marina Rauseo, ele veio para trazer auxílio ao trabalho do professor, fazendo com que as crianças sintam-se capazes de descobrir, ler e escrever sozinhas, "uma conquista que valorizam muito".

Conforme ela, ele desenvolve a oralidade e o diálogo em sala de aula baseado no contexto social dos alunos.

Geovana Lílian Burani, já sabe ler e escrever aos seis anos de idade, mas diz que a maioria de seus colegas "não consegue tão cedo" e brinca que os alunos bagunceiros são os que têm mais dificuldade.

João Pedro Santos Silva tem apenas sete anos de idade, mas já pensa no benefício da alfabetização para o seu futuro. "Agora eu vou poder ajudar meu pai e trabalhar no escritório dele quando eu crescer", explica.

 
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