A cética fã do senhor Walker

O Espadachim, um cronista que também joga conversa fora

OPINIÃO - Sandro Villar

Data 01/08/2020
Horário 05:32

Os fãs do gibi do Fantasma, o primeiro herói mascarado dos quadrinhos criado em 1936 por Lee Falk, também criador do Mandrake, certamente se lembram do nome verdadeiro do personagem.  Era senhor Walker. Ou Christofer "Kit" Walker, nome completo do nobre cidadão. 
O Fantasma era, portanto, o Walter Ego, que dizer, alter ego do senhor Walker, que nas horas cheias caçava piratas e, nas horas vagas, namorava a Diana Palmer, aventureira e enfermeira da ONU nas histórias de Falk.
E não é que o rádio brasileiro também tem o seu senhor Walker? Verdade verdadeira e não mentira mentirosa, prezadas leitoras e prezados leitores, que também são eleitores. O Walker em questão - ou o Walker patrício - é o locutor Walker Blaz, dono de uma voz marcante e que por mais de 30 anos trabalhou na Rádio Bandeirantes, em São Paulo.
Tenho certeza absoluta de que a maioria que lê estas mal digitadas linhas já ouviu muitas vezes a voz do Walker Blaz. Além do rádio, ouviram-no (ouviram-no é bom, hein, Aline?) em comerciais, principalmente de carros, na televisão e no cinema.
Sim, no cinema. É que o Walker grava traillers de filmes e entre esses filmes estão "X-Men" e "O Regresso", estrelado por Leonardo DiCaprio. Enfim, é a voz ouvida Brasil afora (ou seria Brasil adentro?).
E aconteceu que uma ouvinte, com mais de 60 carnavais na linha do tempo da existência, quis conhecer o locutor. Assim que ela chegou à Rádio Bandeirantes, alguém foi chamar o Walker no estúdio. Ele a recebeu da forma mais cordial possível.
E ficou assombrado com a reação da fã. Ela não acreditou que o Walker Blaz era o Walker Blaz. Cara a cara e frente a frente, a senhora fuzilou, embora não portasse fuzil: "O senhor não é o Walker Blaz", disse a cética fã. 
O locutor explicou que ele era quem sempre foi, ou seja, o Walker Blaz. Apesar de todas as explicações, a ouvinte não se convenceu. "Me desculpe, o senhor não é o Walker", completou. 
Como ela estava cada vez mais cética, parecendo o eleitorado brasileiro, o locutor levou tudo na esportiva e, bem-humorado, disse que ela estava certa. "A senhora tem razão. Eu não sou o Walker Blaz". Frustrada, ela foi embora achando que não tinha ficado lado a lado com o seu ídolo do rádio.
Ao comentar o episódio, o radialista explicou que a ouvinte esperava e imaginava encontrar um homem negro com dois metros de altura por causa do timbre de barítono da voz grave do locutor. Pois é, a senhora contrariou São Tomé: viu e não acreditou.

DROPS  

Véio do paletó verde diz que não é bolsonarista. Pausa para rir.

Alegria, turma: vamos em frente que atrás vêm os credores.

A alegria do palhaço é ver o circo cheio.

Estamos todos na mesma nave espacial? Carece conferir.
 

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