A força da mulher empreendedora

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 14/03/2023
Horário 04:30

Em 1893, a Nova Zelândia se tornou o primeiro país a garantir o sufrágio feminino. Aqui, por terras tupiniquins, essa conquista aconteceu em 24 de fevereiro de 1932. Após muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e se candidatar para cargos no Executivo e Legislativo foi conquistado. Ao longo dos tempos, talvez este seja o divisor de águas na busca pela equidade de gênero. 
De lá pra cá, a inserção das mulheres nas atividades políticas, sociais e profissionais vem aumentando de forma substancial, ainda aquém do ideal, mas inequivocamente mais do que o período anterior. 
Em 2022, de acordo com a CNI (Confederação Nacional das Indústrias), no Brasil, as mulheres representavam 29% das lideranças nas indústrias, e cerca de 60% das empresas desenvolveram políticas de igualdade de gênero.
Segundo dados Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), principal pesquisa sobre empreendedorismo mundial, o Brasil é o sétimo país com o maior número de mulheres empreendedoras. Sendo que, entre os microempreendedores individuais (MEI), elas representam 48% do total. A preferência delas são os segmentos de beleza, moda e alimentação.
Na política, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), nosso país ocupa ainda a 129ª posição no ranking mundial; quanto à participação das mulheres, apenas 17,7% ocupam o parlamento brasileiro.
Nos últimos anos, as mulheres têm se envolvido cada vez mais no agronegócio, ocupando papéis importantes em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção até a comercialização. Para compartilhar ideias, importante é uma rede de contato com outras mulheres líderes de negócios, ofertando suporte e transmissão de conhecimento, assim como temos a BPWPP e as Mulheres Agraristas.
Há muito, a tal fragilidade feminina foi suplantada pela comprovada força e capacidade no desenvolvimento de quaisquer atividades laborais e de liderança. Ser mulher empreendedora significa direcionar tempo e esforço para gerar valor: e isso pode acontecer em diferentes espaços!
Afinal, ao contrário do que se pensa, não é só como empresária que a mulher está exercendo o empreendedorismo, mas também pode fazê-lo ao assumir um cargo de liderança, ao ser a propulsora de iniciativas sociais e culturais, ao estabelecer-se como construtora do seu próprio caminho, por exemplo.
O mundo ainda está transitando entre espaços de liderança completamente masculinos, e novas propostas vêm incluir profissionais femininas nestes papéis. Um equilíbrio o qual está em construção no mundo dos negócios, na política, no campo científico e em diversos espaços da vida social. Podemos dizer que este é o principal desafio.
 

Publicidade

Veja também