A força do turismo regional

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 26/03/2024
Horário 04:30

É natural, ao pensarmos em turismo, imaginarmos praias, montanhas, cidades históricas ou termais, regiões de neve com esportes de inverno ou grandes centros de compras com shows, teatros e espetáculos grandiosos. Normalmente, não lembramos que existem outras formas de turismo, tais como, religioso, de negócios, gastronômico, eventos ou até mesmo o turismo ligado à educação e saúde; afinal, quem busca assistência médica ou estuda na região traz consigo familiares e amigos que movimentam a economia local.
Nossa região, com exceção das maravilhosas margens do Paranazão e Paranapanema, Parque Estadual Morro do Diabo e da reserva Rio do Peixe, não possui tantas outras maravilhas naturais. E, mesmo estas, são atrações ainda pouco exploradas apesar da beleza prodigiosa. Sendo assim, é razoável pensarmos nas outras modalidades de turismo que tanto podem fomentar o desenvolvimento regional.
Podemos elencar várias possibilidades regionais, além das belezas naturais já citadas. O turismo de negócios, compras e saúde tem grande potencial local, pois somos um polo de excelentes centros médicos e de serviços nas áreas do Direito, educação e comércio varejista. Possuímos grande potencial, até hoje mal administrado e usufruído na Cidade da Criança; além do Balneário da Amizade, que, aliás, bastou uma pequena reforma para ter sua frequência potencializada. 
Prudente também possui um corredor histórico, ainda inerte no que tange ao desenvolvimento, e com potencial turístico enorme. Falo do perímetro entre as ruas Mal. Floriano Peixoto e Quintino Bocaiuva, que vai do centro até a chaminé da Sanbra, com construções antigas e arquiteturas ainda preservadas onde um corredor gastronômico e comercial traria nova vida à região. Basta vermos alguns pontos que já foram remodelados, como a Estação Quintino, Centro Cultural Matarazzo e o IBC Centro de Eventos, este último, eu, particularmente acho de uma beleza arquitetônica ímpar no Estado e com capacidade de abrigar grandes eventos culturais e turísticos, para até 2 mil pessoas [para tanto, é preciso investir um pouco numa urgente e necessária  climatização do ambiente]. 
Ampliando um pouco mais o olhar além das fronteiras municipais, temos iniciativas como o Terra Parque, em Pirapozinho, com atendimento para mais de 100 mil hóspedes/ano; represas municipais, como as de Martinópolis e Rancharia; e um enorme potencial para turismo religioso com o Santuário Morada de Deus, em Santo Expedito. Além de muitas outras possibilidades que me fogem a lembrança no momento. 
Contudo, é necessário um olhar mais apurado da sociedade como um todo para as políticas públicas adotadas até hoje nesta área de turismo. Pois, além de não termos há anos um crescimento deste setor, ainda corremos o risco de retroagir em alguns avanços já alcançados, já que alguns municípios, atualmente, têm possibilidade de perder as condições de MIT (Município de Interesse Turístico) ou Estância Turística. 
Para evoluirmos, é imprescindível um envolvimento maior da sociedade civil organizada, fortalecendo os Conselhos Municipais de Turismo (Comtur), bem como as entidades de classe e representantes da sociedade civil organizada. Pois, só com mais união e dedicação da população, poderemos melhorar nossa realidade. 
 

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