A luta parlamentar contra as doenças crônicas de pele em São Paulo

OPINIÃO - Mauro Bragato

Data 11/10/2023
Horário 04:30

Em minha jornada política, sempre concebi a saúde como o alicerce fundamental para uma sociedade próspera e equitativa. É com imensa satisfação que a elevo como minha prioridade. Na qualidade de único deputado representante da região de Presidente Prudente, sinto uma responsabilidade e dever acentuados de assegurar que cada cidadão usufrua de serviços de saúde de alta qualidade.
As emendas parlamentares, frequentemente vistas por muitos apenas como números e burocracia, representam para mim valiosas ferramentas de transformação. Através delas, consigo direcionar recursos para hospitais, postos de saúde e programas vitais, fortalecendo e expandindo os serviços de saúde em nosso município.
Mas somente as emendas não resolvem todos os problemas. Políticas públicas robustas na saúde não somente salvam vidas, mas também representam um investimento no desenvolvimento sustentável, econômico e social de uma nação. Elas asseguram que a saúde e o bem-estar da população sejam priorizados, construindo uma sociedade mais justa e equitativa.
Nesse contexto, elaborei o Projeto de Lei nº 1402/23, que institui a Política Estadual de Prevenção, Tratamento e Controle das Doenças Crônicas da Pele, que atualmente tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
As doenças crônicas de pele, que afetam milhões de brasileiros de maneira física e emocionalmente debilitante, demandam nossa atenção e ação. A Frente Parlamentar emerge como uma aliada na defesa dos direitos dos pacientes, na promoção da equidade no acesso aos cuidados de saúde e no desenvolvimento de políticas públicas mais abrangentes e eficazes, assumindo o desafio de auxiliar na consolidação de um sistema de saúde mais justo, inclusivo e eficiente.
Em breve, lançaremos a Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Psoríase e outras doenças crônicas de pele. Esta frente visa criar uma rede de apoio e defesa das políticas públicas relacionadas às doenças crônicas de pele, permitindo o aperfeiçoamento da legislação e implementação de programas estaduais, além da disponibilização de serviços especializados de dermatologia em todo o Estado.
A pele, sendo o órgão mais extenso do corpo humano, não está imune a enfermidades. Estima-se que 78% dos brasileiros sofram de alguma doença dermatológica. Um estudo internacional conduzido por pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, concluiu que as doenças de pele representam a quarta maior causa de incapacitação global.
No entanto, os desafios são crescentes. A Secretaria da Saúde registrou, nos três primeiros meses de 2023, um crescimento no número de atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares por doenças da pele do tecido subcutâneo. Este incremento foi de 23,3% no caso das internações, saltando de 5.927 para 7.309.
Este cenário, cuja gravidade não pode ser subestimada, torna-se ainda mais crítico quando reconhecemos que os danos à derme transcendem os campos da aparência ou do desconforto. Para Hélio Miot, diretor da Sociedade Brasileira de Dermatologia, doenças dermatológicas “podem prejudicar as relações sociais e a capacidade produtiva”. Portanto, não é um problema menor e não deve ser tratado como tal.
A Frente Parlamentar e o projeto de lei em tramitação são apenas o começo. Juntos, podemos e devemos fazer mais.
A saúde da pele é saúde pública, é qualidade de vida e é, acima de tudo, um direito de todos. Vamos, portanto, trabalhar incansavelmente para garantir que esse direito seja assegurado e que as futuras gerações possam viver em uma sociedade mais saudável, justa e igualitária.

Publicidade

Veja também