Atualmente, as bancas de jornal tornaram-se espécies em extinção. Outrora essenciais na paisagem urbana, hoje são raras as que resistem ao tempo e à transformação tecnológica. Mas há exceções que emocionam e inspiram. Uma delas é a Banca do Tênis, em Presidente Prudente, que há quatro décadas atravessa gerações com dignidade, simplicidade e afeto.
A história é conduzida, há 22 anos, pelas mãos e pelo coração de Reinaldo Goulart, 54 anos, que acolhe seus clientes com um sorriso largo e um olhar cheio de orgulho. Ele cuida do espaço como se fosse sua casa. Localizada em um ponto estratégico da cidade, a banca vai muito além da função comercial. Tornou-se um ponto de encontro, de conversa, de troca de ideias e, sobretudo, de construção de memórias.
Tem cliente que vai ao local desde criança com os pais e hoje leva os filhos. E é justamente essa experiência afetiva, o ritual de folhear uma revista, de escolher o gibi do mês, de perguntar pela última edição do jornal, que confere valor à existência da banca. Ela não vende apenas publicações: oferece permanência em meio à pressa, vínculo em tempos de solidão e raízes num cotidiano cada vez mais volátil.
A Banca do Tênis é, portanto, um símbolo de resistência e de relevância cultural. Em vez de lamentar o avanço da tecnologia, ela se reinventa silenciosamente ao manter viva uma experiência tátil, humana e comunitária. E nos lembra que, mesmo num século digital, há espaços que merecem ser preservados, não apenas pelo que vendem, mas pelo que significam.
Resistir, neste caso, é um ato de amor à cidade, à leitura e às relações que perduram. A Banca do Tênis é mais do que uma banca: é um testemunho de que ainda há lugar para histórias que não cabem num clique.