O recente episódio ocorrido em Álvares Machado, em que um estudante de apenas 12 anos foi agredido por colegas fora da escola, volta a expor uma ferida aberta na sociedade: a escalada da violência entre adolescentes. O caso, envolvendo alunos da rede municipal, não pode ser tratado como um fato isolado, mas como um reflexo preocupante de comportamentos que têm se tornado cada vez mais comuns nas relações entre jovens.
A agressão, segundo informado pela Divisão Municipal de Educação, levou a Prefeitura a acionar o Conselho de Escola e o Conselho Tutelar para definir medidas conjuntas. A decisão é necessária e acertada, mas, mais do que respostas imediatas, o momento exige um esforço contínuo de prevenção, diálogo e acolhimento. O acompanhamento psicológico dos envolvidos e a ação educativa com o apoio da Polícia Militar são passos importantes, mas precisam se somar a um trabalho permanente dentro das escolas e das famílias.
A violência entre adolescentes não nasce do nada. Ela se alimenta de fatores como o bullying, a falta de empatia, a ausência de limites, e, muitas vezes, do exemplo negativo que os jovens recebem de um mundo que naturaliza a agressividade. Cabe à comunidade escolar, às famílias e ao poder público construir pontes de diálogo e empatia, para que a escola volte a ser um espaço de aprendizado e convivência saudável — não um palco de medo e sofrimento.
O triste episódio de Álvares Machado deve servir como um alerta. Cada agressão entre jovens é um grito por atenção, um pedido de ajuda disfarçado em violência. Ignorá-lo seria compactuar com a perpetuação de um ciclo que precisa, urgentemente, ser interrompido.