Abril foi o mês dedicado à segurança no trabalho e ao movimento Abril Verde, que tem como principal objetivo promover a cultura da prevenção e incentivar a adoção de medidas que garantam um ambiente laboral seguro e saudável. A escolha do mês está ligada ao dia 28 de abril, data em que se celebra o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, instituído pela OIT (Organização Internacional do Trabalho). A data presta homenagem aos trabalhadores que perderam a vida ou ficaram incapacitados por conta de acidentes laborais, e também serve como alerta para a urgência de se criar ambientes laborais mais seguros, humanos e saudáveis.
É um movimento dedicado à conscientização sobre a saúde e segurança no trabalho. Mais do que uma simples data simbólica, o mês é um convite à reflexão sobre a vida de milhões de trabalhadores brasileiros que, diariamente, enfrentam riscos em seus ambientes de trabalho — muitas vezes sem as devidas condições de proteção. Além de todos os problemas já conhecidos, há um aumento na preocupação com problemas emocionais.
Em 2024, o MPS (Ministério da Previdência Social) registrou no Brasil mais de 470 mil afastamentos por transtornos mentais, como ansiedade e depressão. Esse dado expõe um aumento preocupante de 68% em comparação ao ano anterior, refletindo essa preocupação com a saúde mental no ambiente de trabalho.
O cenário destaca a necessidade urgente de medidas mais eficazes para enfrentar os desafios psicossociais que afetam os trabalhadores. Assim, faz-se necessária a ampliação dos debates sobre como apresentar um meio ambiente do trabalho seguro para os trabalhadores.
O Abril Verde surge, portanto, como uma campanha de mobilização nacional, que une sindicatos, empresas, órgãos públicos e a sociedade civil em prol de uma causa comum: reduzir os acidentes e doenças ocupacionais.
A segurança no ambiente profissional vai além do uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) ou da adequação de normas técnicas. Ela passa pelo respeito à jornada, ao descanso, ao equilíbrio mental e emocional, ao diálogo entre empregadores e empregados. É também uma questão de valorização da dignidade humana.
O tema se torna ainda mais relevante diante de novas formas de trabalho, como o home office, o trabalho por aplicativos e a crescente precarização das relações de trabalho. Esses modelos, muitas vezes, escapam do radar da fiscalização e dificultam a garantia de direitos básicos.
Participar do Abril Verde é mais do que vestir a cor da campanha. É se comprometer com uma cultura de prevenção, onde o trabalho seja fonte de sustento e realização, e não de adoecimento ou morte. É um chamado para que cada cidadão, gestor, empresa ou poder público se pergunte: o que podemos fazer para proteger a vida de quem trabalha?
Isso, pois, é de grande importância que todo trabalhador volte para casa com saúde e segurança. E isso deve ser um compromisso de todos — em abril e durante o ano inteiro. Que esse Dia do Trabalho, celebrado ontem, seja mais um momento de reflexão sobre todos esses pontos importantes!