Ação conjunta busca auxiliar moradores de rua

Trabalho realizado pela Prefeitura, PM, Consegs e entidades tenta minimizar dificuldades enfrentadas por quem vive nesta situação

PRUDENTE - Bruno Saia

Data 05/01/2016
Horário 07:33
 

Trabalho conjunto realizado entre a Prefeitura, a Polícia Militar, os Consegs (Conselhos de Segurança Comunitária) e diversas entidades que atuam em Presidente Prudente, busca, ao menos, minimizar as dificuldades enfrentadas pelas cerca de 100 pessoas que vivem nas ruas da cidade. "Não é a pobreza que leva as pessoas a morar nas ruas, mas, principalmente, o envolvimento com drogas e a bebida alcoólica", explica a secretária Regina Helena Penati Cardoso Ferreira, da Secretaria da Assistência Social do município. Segundo ela, 90% dos moradores de rua são usuários de drogas, lícitas ou ilícitas e, entre eles, pelo menos metade também abusa do álcool.

"É um nó, pois tem que trabalhar o processo de ele aceitar o tratamento, o que é ainda mais difícil em casos crônicos e, por isso, nosso esforço é no sentido de evitar que a pessoa se acostume com a sua situação na rua, principalmente no começo", revela Regina, destacando o monitoramento feito pelo órgão nos locais que tendem a concentrar as pessoas nessa situação.

Um destes locais é a Praça das Bandeiras, no centro da cidade, onde, diariamente, estes "moradores" são vistos nos bancos, em áreas improvisadas e, até mesmo, em barracas. "É uma escolha ficar na rua, já foi exaustivamente conversado, conduzimos grupos até a Casa de Passagem , mas muitos deles acabam voltando", explica o capitão Marcelo Moura Leite, comandante da 5ª Companhia da Polícia Militar, em Prudente, e responsável pela segurança da área.

Segundo o capitão, é "quase insignificante" o número de crimes cometidos pelos moradores de rua na cidade. "Nós realizamos muitas operações, onde essas pessoas são levadas até a delegacia. Elas são cadastradas e acompanhadas de perto pela Polícia Militar e todos esses dados são encaminhados para a Secretaria da Assistência Social", complementa o policial.

 

Sem esmolas


Além de todo o trabalho desenvolvido em conjunto, a PM, a Prefeitura e os Consegs têm em comum a recomendação de não dar esmolas ou oferecer alimentos diretamente para as pessoas que vivem nas ruas da cidade. "Algo que contribui para que eles continuem nas ruas é o bom coração de algumas pessoas", ressalta o comandante da 5ª Cia. "Não é uma crítica a quem quer ajudar o outro ser humano, mas a verdade é que isso contribui para manter essas pessoas em uma situação de risco", destaca o policial militar.

"A pessoa não está na rua porque ela está com fome", explica a secretária Regina Penati. "Isso só reforça o estigma de ela continuar lá e existem diversas outras maneiras de ajudar, sem ter que dar esmolas, como dar uma oportunidade de trabalho, por exemplo", lembra. "Para eles, a rua é muito violenta e isso não pode ser considerado uma situação normal", acrescenta a titular da pasta.

 
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