Amigos e ex-colegas se despedem de Barbosa da Silveira, o Mestre

Jornal O Imparcial reproduz homenagens enviadas à redação após morte do jornalista nesta segunda-feira

PRUDENTE - DA REDAÇÃO

Data 21/11/2022
Horário 15:27
Foto: Arquivo
Barbosa da Silveira morreu nesta segunda-feira, aos 97 anos
Barbosa da Silveira morreu nesta segunda-feira, aos 97 anos

Após a morte do jornalista José Vinicius Barbosa da Silveira, aos 97 anos, amigos e ex-colegas de trabalho prestaram homenagens ao Mestre, como era carinhosamente chamado. As mensagens recebidas pela redação de O Imparcial são disponibilizadas na íntegra neste material e estão unidas pelo sentimento de gratidão ao profissional. Acompanhe:

“Barbosa da Silveira esbanjava carisma por onde passava. Fez história, deixou um legado importante! Se adaptou ao avanço tecnológico e mantinha um espírito jovial aceso. Uma triste perda para o jornalismo”
SINOMAR CALMONA, diretor geral de O Imparcial

“Perdi um companheiro de trabalho, um amigo de 50 anos de convivência. O Barbosinha ou o Mestre era uma pessoa discreta, mas franca, gostava de ajudar todo mundo e era muito prestativo. Me lembro perfeitamente que ele tinha muitas festividades e, por isso, nem sempre podia gravar o Jornal Nacional, então, me pedia que eu fosse até a redação para gravar o jornal para que ele pudesse assistir quando terminasse de redigir a coluna dele. Tínhamos uma afinidade de conversa muito boa e gostosa. Participamos de todas as mudanças gráficas do jornal e ele se adaptava a todas. Conseguiu passar por todas essas etapas e cumpriu o trabalho dele. Infelizmente, em função da idade avançada, teve que se afastar das festividades profissionais e sociais e foi para uma casa de repouso. Mesmo assim, eu estava sempre presente e levava as guloseimas que ele gostava e não podiam faltar. Não reclamava de nada, sempre agradecia. Só me dizia que queria morrer como um passarinho e agora seu pedido foi atendido. Ele foi como um passarinho. Graças a Deus, não sofreu e saiu quietinho como sempre foi. Meu Mestre, meu amigo Barbosinha, vá em paz. Te amei e te amo muito, meu amigo”
VÂNIA NILVA FERREIRA, gerente administrativa de O Imparcial

“Na Escola de Comunicação Social da Unoeste [Universidade do Oeste Paulista], no tempo em que era denominada Faculdade de Comunicação Social de Presidente Prudente, tivemos o privilégio de orientar estudo sobre a longevidade do programa de entrevistas ‘Os ouvintes querem ouvi-lo’, na Rádio Comercial. Foi em 2007, quando o programa completou 35 anos. Foi produzido um radiodocumentário por Andréia Mori, Andreia Chaves, Bruno Zaupa e Selma Maciel. Também foi contada a trajetória do Barbosa da Silveira, paulistano do bairro do Brás. Outro privilégio foi ser companheiro na redação do jornal O Imparcial por mais de uma década e meia de boas relações e grande aprendizado para a profissão de jornalista e para a vida”
HOMÉRO FERREIRA, jornalista

“Para mim, o Mestre sempre foi um exemplo de pessoa e humildade. Tratava a todos sem diferença e sempre fazia questão de aprender com os mais novos. Mas ele ensinava até no silêncio e na sua discrição. Fazia questão de nos lembrar que o importante era ser feliz e aproveitar a vida. Os anos de convivência diária foram uma escola para mim. Foi uma honra ter dividido a redação com ele. Mestre deixa saudades e momentos marcantes gravados em meu coração. Gratidão!”
ALINE MARTINS, editora-executiva de O Imparcial

“Tive o prazer de dividir mais de 15 anos de redação de O Imparcial com o Mestre. Um homem íntegro, trabalhador, um jornalista que não mediu esforços para seguir levando informação ao seu público mesmo quando as limitações da idade já se apresentavam. Foi uma honra vê-lo subir diariamente as escadas do prédio do jornal, ocupar seu posto na mesa de trabalho e dividir conosco tanta inspiração de vida. O jornalismo prudentino perde um ícone, que deixa sua história escrita na vida desta sociedade, pelo compromisso com o jornalismo que praticava nas saudosas colunas ‘Sociedade em Tópicos’ e ‘Galeria’ e também no programa radiojornalístico ‘Os ouvintes querem ouvi-lo’”
LEANDRO NIGRE, jornalista

“Não tem como falar do Seu Barbosa [ou Mestre, como o chamávamos] sem lembrar daquele senhor gentil que fazia questão de ficar na redação entre os jovens. Era uma pessoa sempre disposta a ajudar e a ser ajudada. Com certeza, é uma grande perda para o jornalismo local e regional. Além de grande profissional, foi uma pessoa de um coração generoso e dócil. Deixou em mim grandes ensinamentos”
GISELLE TOMÉ, jornalista

“Humildade e carisma definem esse grande mestre que foi o Seu Barbosa da Silveira. Dono de uma experiência sem tamanho, tanto na vida profissional quanto pessoal, era sempre muito atencioso, educado e competente no que fazia. Escrevia com e por amor. Aproveitou a vida como ninguém. Um ser humano incrível que tive a honra de conhecer, trabalhar, aprender e dividir grandes momentos na redação! Que Deus o receba de braços abertos! Com festa, claro, porque era assim que ele encarava a vida! Descanse em paz, querido Mestre!”
DANIELLE MERLIN, jornalista

“Em 2005, acanhada, tímida e com medo de não dar conta do serviço, eu chegara ao jornal O Imparcial para cobrir por 30 dias as férias da serviços gerais terceirizada pela Prátika. Ao longo desse tempo, desde o primeiro dia, uma pessoa sempre me tratou com um carinho mais que especial: Barbosa da Silveira. Ele chegou e, ao me ver passando pano, bateu os olhos em mim e perguntou: ‘Nossa! Quem é essa moça bonita? [risos]’. E, todas as vezes que eu entrava na redação para levar o café ou fazer qualquer outra coisa, ele sorria pra mim e, me chamando de ‘meu bem’, sempre perguntava se eu ficaria ‘para sempre’. Eu respondia: ‘Não, Barbosinha, estou só cobrindo as férias. A outra moça tem que voltar’. Mas, enfim, a campanha foi forte, o movimento foi grande e, como ele dizia, ‘você vai ficar, porque tem muito a fazer aqui ainda’. E eu fiquei. O Barbosinha foi quem me deu o primeiro caderno, o primeiro estojo com lápis, borracha e canetas quando entrei para a faculdade. Em minha colação de grau, lá estava ele, orgulhoso, todo feliz com a minha conquista. E ainda fez questão de me levar a uma pizzaria, pois para ele tudo merecia comemoração. A minha colação, então, jamais poderia deixar de ser brindada. Era ao seu lado que me sentava na redação. Está havendo um encontro de personalidades no outro plano com o meu amado senhor Mário Peretti, meu querido senhor Adelmo Vanalli e meu fofinho Geraldo Soller recebendo nosso Barbosinha! Minha gratidão por tudo. O que você fez por mim será além da vida, Barbosinha. Muito, muito obrigada de todo o meu coração por tudo, tudo, tudo”
OSLAINE SILVA, jornalista

“Quando cheguei a O Imparcial, Seu Barbosa já não trabalhava na redação por conta das escadas, mas ainda frequentava o prédio para redigir sua coluna, então eventualmente me esbarrava com ele. A conversa mais demorada que tivemos ocorreu em 2018, quando fui escalado, juntamente com o fotógrafo José Reis, para entrevistá-lo para a extinta seção Personalidades. Ele nitidamente adorou a nossa visita e se abriu conosco feito um menino. Lembro que, na época da publicação, compartilhei, muito honrado, o material em uma rede social e escrevi: ‘Um aprendiz encontra o Mestre’. Obrigado pelo nosso encontro, Seu Barbosa. Vá em paz”
ANDRÉ ESTEVES, jornalista

“Recebo com muita tristeza a notícia do falecimento do Mestre José Vinicius Barbosa da Silveira. Foi um privilégio poder conviver com este senhor que tinha a solidariedade como uma de suas marcas. Ético, trabalhador, sério e muito honesto. Um homem experiente, cheio de histórias, divertido, de bem com a vida e que alegrava todo o ambiente. Muitas brincadeiras, muitos bons papos e seriedade nas horas necessárias. Obrigado, Mestre, por todo o apoio e ajuda que me fizeram ser um profissional da nossa área”
CRISTIANO MACHADO, jornalista

“Figura extraordinária com quem convivemos por mais de 50 anos em ambiente de cordialidade, profissionalismo e zelo pela amizade. Será lembrado por José Vinicius Barbosa da Silveira, Barbosa da Silveira, Barbosa, ou carinhosamente “Mestre” pelos jovens colegas de redação, lembrado, sobretudo, pela sinceridade das suas ações, sem receio em demonstrar suas convicções. O vazio e a saudade são evidentes, mas nos deixa o conforto do coração repleto de alegria”
DEODATO DA SILVA, amigo e ex-colega de trabalho

“O Barbosa é uma das pessoas com quem mais convivi na vida, por quase trinta anos. Sempre gerou admiração dos colegas de empresa e da comunidade regional. Uma referência em colunismo social e no jornalismo de um modo geral. Imensamente respeitado e festejado, especialmente pelos colegas de redação. Um contador de histórias, de vidas, que, graças a Deus, tem o fruto do trabalho eternizado nas coleções impressas do jornal. Milhares de pessoas falaram pelo seu gravador, tiveram seus depoimentos relatados na sua máquina de escrever, falaram ao seu microfone e foram ouvidas por toda uma região. Entrevistas curiosas, necessárias, edificantes, que só o Barbosa sabia farejar. Que descanse em paz, Mestre”
ALBERTO DEODATO, artista visual e designer gráfico

“Ao mesmo tempo que é tão fácil, é tão difícil falar sobre o Seu Barbosa. Para mim, pelo tempo que convivi com ele ao meu lado, foi um tempo sem palavras. Sempre brincávamos muito no jornal. Parece que estou ouvindo-o me chamar de ‘sua palhaça’ durante nossas brincadeiras. Sempre alegre e disposto a trabalhar. Brigava com a gente se pedíssemos para ficar em casa e descansar ou não subir as escadas. Um cara que me ensinou muito. No último aniversário dele, pude estar um pouquinho com ele e, mais uma vez, as risadas, as histórias, sua disposição de querer sair, tomar o vinho dele e comer o peixe que tanto gostava. Na minha lembrança, ficarão isso: os momentos alegres, as brincadeiras, os sorrisos. Descanse em paz, Mestre!”
GISELE NATEL, contadora

“Tive o privilégio de trabalhar com o Sr. Barbosa por 39 anos no jornal O Imparcial, acompanhando de perto a excelente pessoa que foi, como profissional e como ser humano, pois tratava a todos com igualdade. Em 1983, eu era apenas um garoto de 14 anos que começava a trabalhar nas oficinas de chumbo do jornal e lá estava o Sr. Babosa escrevendo na máquina de datilografia a sua coluna social ‘Sociedade em Tópicos’, que não tinha como não ler, afinal, registrava os principais eventos do meio social da cidade e região, contemplando todas as classes sociais, como ele mesmo gostava de sempre deixar claro. Isto me fazia admirá-lo pela humildade para com todos. Conforme as transformações tecnológicas, o Sr. Barbosa incrivelmente foi se adaptando, auxiliado pelos colegas de trabalho da redação e pela minha pessoa, pois, entre minhas funções, estava a de auxiliar todos os funcionários a manusear os softwares e resolver problemas nos computadores e sistemas. Particularmente, o admirava pela força de vontade em querer aprender. Desenvolvia seu trabalho nos computadores sem maiores problemas, apesar da idade já avançada – e idade não tem nada a ver quando se quer aprender, provado pelo Sr. Barbosa. Meus sinceros sentimentos de gratidão a ele”
NILSON DOS SANTOS, profissional de TI

“Com profundo pesar, recebi a notícia do passamento de nosso querido José Vinicius Barbosa da Silveira, paulistano que assumiu Prudente como sua amada terra, prestando mais de 50 anos de serviços ao jornalismo prudentino. Minhas condolências à família e aos seus amigos, principalmente aos do jornal O Imparcial e da nossa imprensa”
GABRIEL MACUCO, arquiteto

“Só tenho que agradecer a Deus pela parceria de trabalho com Barbosa da Silveira. Deu certo durante 50 anos aproximadamente, sem discórdias. Foi muito trabalho, mas foi muito prazeroso”
LUIZ SAINT’CLAIR, amigo

“Era um amigo e irmão. Nos momentos bons e difíceis, ele me procurava para trocar ideias, comentar, falar e se posicionar. Aprendemos muito com o professor Barbosa na sua bondade e maneira de ser. Uma pessoa esclarecida, inteligente, muito fraterna e amiga. Tinha na nossa família um ponto de referência para aqueles momentos em que pudéssemos nos reunir, bater papo, trocar informações e um aperitivo. Era uma pessoa determinada, gostava das coisas certas e sempre cultivava a amizade. Assim, esperamos que ele tenha no céu o mesmo tratamento que teve de seus amigos e famílias, em especial da Vânia, do jornal O Imparcial, que o tratou nos últimos anos como se fosse o pai dela”
ALOYSIO DIAS CAMPOS, amigo

“Meu companheiro de jornal e de Esquema Vestibulares, José Vinicius Barbosa da Silveira, se despediu ontem de todos aqueles que tiveram o privilégio de privar da sua amizade, do seu companheirismo e do seu profissionalismo. Quase um século de vida. Noventa e sete anos bem vividos e desfrutados, até os últimos dias, com muita lucidez. Barbosa da Silveira, como era chamado, foi um grande companheiro que marcou sua trajetória tendo um desempenho notável no jornalismo prudentino. Optou pelo colunismo social e o fez, com maestria e sabedoria, registrando os fatos sociais sem discriminação de classes sociais. Acolhia os pobres e ricos. Lembro da nossa primeira incursão profissional em 1967. Eu pela Rádio Presidente Prudente-ZYR-84 e ele pelo O Imparcial, na denominada ‘Frente Esportiva do Interior’, que cobriu os 18º Jogos Regionais da Sorocabana, diretamente de Assis [SP]. Ele na retaguarda, ao lado de Mário Peretti, Laerte Silva, Carlos Aurélio Dias de Sá, Deodato da Silva e outros valorosos profissionais. Fui honrado, em 1967, com uma longa entrevista na Rádio Difusora-PRI-5, no programa ‘Diálogo Musical’ apresentado às 12h, para falar sobre a formatura do Mestre Cinquentão em que foram diplomados mais de 300 professorandos do Instituto de Educação Fernando Costa. Na Rádio Comercial, participei, algumas vezes, do programa ‘Os Ouvintes Querem Ouvi-lo’. Por dever e gratidão, acima de tudo, registro que o Barbosa da Silveira esteve ao meu lado em todas as missões que me foram destinadas desde a fundação do Esquema Vestibulares até a criação da Amepp [Autarquia Municipal de Esportes de Prudente]. Cabe destacar, por uma questão de justiça, o seu empenho em organizar pelo O Imparcial e Rádio Comercial, por vários anos, o Concurso Bonequinha de Café, cuja vencedora era levada à São Paulo para disputar o título estadual e depois nacional. Posso dizer, com muita honra, que fui seu amigo e privei da companhia dos seus familiares, residentes na Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, em São Paulo. Mais do que isto, companheiro de coberturas jornalísticas nos anos de 1965 à 1967, em que militei no jornal O Imparcial. Por meio ano, trabalhamos juntos, em 1970, no Esquema Vestibulares, onde ajudou no plano de comunicação de um cursinho moderno e revolucionário. Barbosa da Silveira, estupendo e valoroso profissional, amigo leal, descanse em paz na certeza de que cumpriu sua missão com louvor”
ANTONIO FIGUEIREDO FEITOSA, amigo

Leia mais

Publicidade

Veja também