Aprovada em 2015, construção segue em estudo

Licitação da escola de ensino fundamental sequer foi aberta; prefeito cobra agilidade do Estado e reforça necessidade de vagas

PRUDENTE - MARIANE GASPARETO

Data 31/01/2017
Horário 08:45
 

A Escola de Ensino Fundamental II, do Conjunto Habitacional João Domingos Netto, em Presidente Prudente, não sai do papel desde 2015, quando a Seplan (Secretaria de Planejamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano) aprovou o projeto da construção que seria executada pelo Estado com a contrapartida da doação do terreno pelo município. Até hoje as obras não começaram, porque a escola ainda está em fase de estudo para abrir a licitação.

Jornal O Imparcial Por enquanto, João Domingos Netto conta com uma unidades escolar, inaugurada em setembro

De acordo com a Secom (Secretaria Municipal de Comunicação), o prefeito Nelson Roberto Bugalho (PTB) se reuniu com o secretário de Estado da Educação, José Renato Nalini, pedindo agilidade na instalação da unidade no bairro. O governo estadual, porém, "alega que não há falta de salas de aula no município", enquanto o chefe do Executivo de Prudente reforça a necessidade. "Faltam escolas no bairro e as vagas existentes estão distantes do João Domingos Netto", esclarece a pasta.

A escola é prevista para ter 16 salas de aula que atenderão o ensino fundamental. No ano retrasado, a expectativa era de que a unidade escolar fosse concluída em até seis meses após a fase licitatória, que sequer começou. A Diretoria de Ensino da Região de Presidente Prudente informa que os alunos do bairro estão devidamente matriculados em escolas da região, utilizando transporte gratuito. "O município possui 25 escolas estaduais e atende toda a demanda. Ainda assim, a Secretaria da Educação estuda a construção de uma unidade de ensino no bairro", expõe.

Por enquanto, o bairro conta com apenas uma Escola de Ensino Infantil – a Sylvia Marlene Pereira Faustino – que foi inaugurada em setembro do ano passado, exatamente um ano após a entrega das chaves aos 2.343 sorteados para as casas do conjunto habitacional. Ela atende 150 crianças de 0 a 5 anos, nos períodos parcial e integral. A unidade é resultado de parceria entre os governos municipal e federal, por meio da CEF (Caixa Econômica Federal), tem 918,70 metros quadrados e foi orçada em R$ 2,4 milhões.

A comerciante Rosimeire Santos, 41 anos, diz que as mães do bairro "sofrem bastante" com a distância das creches onde precisam levar as crianças que não são atendidas pela escola do bairro. "Tem uma moça que mora na rua debaixo do meu mercado e o filho dela estuda lá no Jardim Monte Alto. Ela leva de manhã e fica até às 17h esperando para poder voltar", afirma.

Para a aposentada Olinda da Silva, 66 anos, deveriam ser construídas "pelo menos mais três escolas" para atender as mais de 2 mil famílias do João Domingos Netto – que tem população estimada em 12 mil pessoas.

Magda Gonzaga, 25 anos, é dona de casa porque com o filho pequeno não conseguia procurar um emprego fora, diante do deslocamento e da necessidade de cuidar da criança. Agora ela conseguiu uma vaga pra ele, mas não é na escola do bairro, e sim na Vila Furquim. "Pelo menos sei que lá é uma boa escola e que ele será bem cuidado", afirma, olhando o aspecto positivo de sua situação. Apesar da dificuldade de logística que terá, espera conseguir se reinserir no mercado de trabalho agora.

 
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