Dizer que o samba está de luto é chover no seco mesmo. Foi embora Arlindo Cruz. Tinha apenas 66 anos. Deixa uma vasta e bela discografia, contendo sambas maravilhosos, como, por exemplo, "Meu Lugar", "Será que é Amor" e, claro, o belo "O Show Tem que Continuar". Um poeta do samba, que compôs pelo menos 800 canções.
Antes de ficar famoso como sambista, Arlindo Cruz foi cadete da Aeronáutica, a nossa FAB, e bancário e, na qualidade de bancário, trabalhou no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Ele passava a imagem de um homem tímido e calmo.
Era adorado pelo público e pelos colegas, entre eles Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, esta uma mulher corajosa e decidida, que não estava para blá-blá-blá. Talvez a vida tenha sido injusta com Arlindo Cruz.
O derrame que o atingiu em 2017 foi cruel, pois o incapacitou definitivamente. O que quero dizer é que o cantor e compositor ficou improdutivo, coisa que o Jô Soares temia muito. Aliás, quem não teme.
Com a doença, Arlindo passou a sofrer muito, o mesmo acontecendo com a família e os amigos. Sua partida é dolorosa, mas pode ter sido um alívio para ele e a família. Evidente que é surreal tachar um funeral de "alegre" ou "festivo".
E não é que o funeral do sambista, no Rio de Janeiro, teve homenagens, música e até churrasco? Lembrou Noel Rosa no samba "Fita Amarela: "Quando eu morrer não quero choro nem vela, quero uma fita amarela gravada com o nome dela". Arlindo Cruz deixa sua marca no mundo e o samba foi sua glória.
DROPS
Brasil, quem te ama não te USA.
(Ariano Suassuna, escritor)
Não convidem para o mesmo jantar o rei Charles e o presifake Trump. (Charles abomina o atual presifake dos EUA).
Pela entrada da cidade se conhece o prefeito. Pela conservação das ruas também.
Justiça seja feita: padre e pastor não "batizam” gasolina.