Arrecadação de impostos municipais tem queda de 33,5% na região

Os 53 municípios da região de Presidente Prudente, de 1º de janeiro a 24 de maio deste ano, arrecadaram R$ 214.119.810,75 em impostos municipais, o que representa uma queda de 33,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram arrecadados R$ 322.237.898,38. Os dados são do portal Impostômetro, que considera os valores arrecadados a título de tributos: impostos, taxas e contribuições, incluindo as multas, juros e correção monetária.
As arrecadações municipais informadas no portal são obtidas através dos dados da Secretaria do Tesouro Nacional, dos municípios que divulgam seus números em atenção à Lei de Responsabilidade Fiscal, dos Tribunais de Contas dos Estados. Sobre este menor montante arrecadado pela região, o professor universitário e economista, Moisés Silva Martins, afirma que, de maneira geral, os municípios foram afetados pela pandemia do novo coronavírus, uma vez que esta gerou o desemprego e uma maior dificuldade de consumo, por exemplo. 
Moisés também reforça que a quantidade de impostos no Brasil é muito elevada e, que, por ora, precisa ser repensada. Hoje, segundo ele, o governo (federal, estadual ou municipal) também se encontra com menor arrecadação, pois a pandemia afetou diretamente no consumo das pessoas, como, por exemplo, nos supermercados. “O Brasil precisa resolver a questão das leis tributarias, que, atualmente, comprometem com tudo. Também precisa reduzir os impostos para que, com o pouco de dinheiro que sobrou para as pessoas, elas voltem a consumir e o governo arrecadar”, explica.
Em uma pequena projeção, o economista detalha que do trabalhador, por exemplo, o governo “leva” em média de 35% a 40% dos dias trabalhados em impostos. Portanto, se as pessoas não estão trabalhando, ele já arrecada isso a menor, ou seja, se a população não trabalha, o governo/prefeito também não arrecada.

Região de Prudente

Mesmo com todos os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus, Moisés explica que a região de Presidente Prudente não sofreu tanto, uma vez que continuou trabalhando em função do agronegócio e da agroindústria. No entanto, o setor de serviços, que é o que mais arrecada, segundo o economista, foi o que mais proporcionou queda nas arrecadações.
Na região de Prudente, o setor de serviços vai demorar de 3 a 4 anos para se recuperar, detalha o economista. Mas, destaca que a administração pública vive de arrecadações, uma vez que elas fazem parte da receita das prefeituras. “O governo precisa arrecadar e nós precisamos pagar”, frisa. “Os prefeitos entraram já contando com uma receita, mas os reflexos da pandemia interferiram neste montante. Logo, eles não conseguem arrecadar”, explica o economista, reforçando a necessidade de existir um equilíbrio.

ARRECADAÇÃO DE IMPOSTOS POR MUNICÍPIO

Fonte: Impostômetro