Frigoríficos informam que já repassaram a queda de 15% a 20% dos preços da arroba do boi para os supermercados depois da suspensão das compras pela China. Porém, o consumidor final ainda paga na alta. Por que isso? A justificativa é que o produto fornecido aos mercados com o valor menor não chegou ao consumidor final. É, pelo menos, a justificativa da indústria, que complementa: os supermercados ainda mantêm na prateleira estoques comprados há mais tempo.
Confinador não tem muitas alternativas
Analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias aborda o mercado da pecuária no Brasil: “O atacado em queda corrobora com esse quadro, o que tende a ampliar a pressão sobre os preços. O confinador não tem muitas alternativas neste momento, pois as tentativas de retenção de oferta esbarram no elevado custo de manutenção dos animais nos confinamentos. Somado a isso a incidência de chuvas no centro-sul do país é outro empecilho, dificultando o manejo”.
China e a renegociação
Ao Canal Rural, Fernando Henrique Iglesias também abordou a relação Brasil-China. “É necessário ler as entrelinhas: a China parece muito interessada em renegociar contratos de importação e possivelmente direcionar parte da sua demanda para o consumo de carne suína em um ano pautado por uma queda muito agressiva dos preços da carne de porco no mercado local”. Em São Paulo, o valor da arroba do boi gira em torno de R$ 264. Há menos de dois meses estava a R$ 300. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 245. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 266. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 252. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 251 a arroba.
Cenário é de incerteza
“Com a diminuição da demanda em função do embargo chinês, parte da carne foi alocada no mercado doméstico. E isso, de certa forma, não produziu um efeito de oferta, mas causou sinais de incerteza. O que fez com que muitos pecuaristas, principalmente com gado em confinamento, pressionassem um pouco mais essa oferta, aumentando a retirada da exportação para a China”. A análise é do coordenador do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Júlio Barcellos.
A curto prazo
Júlio Barcellos analisa que trata-se de um “momento pontual”, com efeitos de curto prazo. “Nós temos um movimento por causa da demanda. A entrada do 13º salário a partir de novembro, o reaquecimento da economia, melhora nos níveis de emprego, vai determinar o aumento de demanda. Com a população brasileira aumentando em dois, três quilos, o consumo per capita, ela praticamente absorve a eventual restrição da continuidade da exportação. O que eu não acredito. Acredito que dentro de 20, 30 dias, o mercado já se restabelece, talvez não com os preços do período da seca, mas aos preços normais esperados para essa época do ano”, disse, em entrevista ao Canal Rural.
Liberação da China
A Safras & Mercado, em comunicado, propagou que a arroba do boi gordo seguiu em queda no mercado físico brasileiro, com os frigoríficos ainda adotando a estratégia de ofertar valores abaixo da referência média. Porém, algumas notícias trouxeram um rumor de que um lote de carne bovina produzida no Tocantins teria sido liberado pelos chineses e animou as cotações do mercado futuro. Na B3, as cotações dos contratos futuros do boi gordo tiveram um dia de forte alta com notícias de que a China pode começar a liberar algumas cargas que estavam embargadas. O ajuste do vencimento para outubro passou de R$ 263,85 para R$ 264,35, do novembro foi de R$ 274,10 para R$ 283,30 e do dezembro foi de R$ 282,20 para R$ 293,85 por arroba.
Wenderson Araujo/Trilux/CNA
Preços da carne ao consumidor se mantêm no patamar antes do embargo
“A COP-26 é uma oportunidade ímpar para o Brasil mostrar que é uma nação que conseguiu, com muito esforço dos empreendedores rurais, destacar-se no cenário internacional como exemplo de produção sustentável de alimentos”.
Muni Lourenço, vice-presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), durante reunião, na terça-feira, da comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados para discutir as ações e estratégias para o governo brasileiro apresentar na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26).
Além do rendimento, prêmios, recursos da poupança são reaplicados em crédito rural na região
Em entrevista ao programa Agro & Negócios, da Rádio 101 FM de Presidente Prudente, apresentado pelo jornalista prudentino Cristiano Machado, aos domingos, às 7h, o diretor executivo da cooperativa de crédito Sicredi Rio Paraná – PR/SP, Vanderlei Oliveira, detalhou a campanha Poupança Premiada.
A cooperativa fará sorteio especial de R$ 500 mil no dia 30 deste mês a quem poupar. Até o fim do ano, serão R$ 2,5 milhões em prêmios, em sorteios semanais de R$ 5 mil, além do grande prêmio de R$ 1 milhão em dezembro. A cada R$ 100 aplicados é gerado um número da sorte para concorrer aos sorteios. Se as aplicações forem na modalidade programada, com débito mensal da conta, as chances de ganhar são em dobro.
Poupança e o agro
No programa de rádio, Vanderlei Oliveira abordou um aspecto importante sobre a relação da promoção com o agronegócio. “Além de render, oferecer prêmios, 70% dos recursos captados pela poupança na região são reaplicados em forma de crédito rural, no fomento do agro, que é tão importante para o desenvolvimento da região”, afirmou.
Segundo ele, o dinheiro é reutilizado na forma de crédito rural, em todas as linhas do Plano Safra. “O campo é geração de riqueza, desenvolvimento do PIB, renda, etc... E outro benefício: ao final do exercício, o associado é beneficiado com a divisão das sobras, da parte do lucro da cooperativa”.
Cristiano Machado/Norte Agropecuário
Vanderlei Oliveira: “70% dos recursos captados pela poupança na região”