Artistas se reinventam em tempos de pandemia

Momento afastou dos palcos aqueles que vivem da arte, mas também trouxe força e inspiração com o crescimento das lives shows ou aulas virtuais

VARIEDADES - WEVERSON NASCIMENTO

Data 15/08/2020
Horário 03:34
Cedida/ Sofia Moreno - Nesta quarentena, Sofia Moreno já promoveu várias lives, uma delas em prol do Fundo Social
Cedida/ Sofia Moreno - Nesta quarentena, Sofia Moreno já promoveu várias lives, uma delas em prol do Fundo Social

Por conta da pandemia do novo coronavírus, vários artistas de Presidente Prudente e região se reinventaram durante este período. O momento atual afastou dos palcos aqueles que vivem da arte, mas também trouxe força e inspiração com o crescimento das famosas lives shows ou aulas virtuais, como no caso dos professores e instrutores. No Brasil, as buscas por conteúdo ao vivo, segundo dados divulgados pelo YouTube, cresceram 4.900% no período de quarentena.
A cantora prudentina, Sofia Moreno, destaca que os artistas passam por um momento em que é necessário ter uma completa programação. “Antes tínhamos o palco, o barzinho ou evento, e agora distante do nosso público, a forma de estar próximo é através das lives. Mesmo assim, não é algo que dá para fazer com tanta frequência, além de não ser remunerado como uma apresentação presencial”.  Para tanto, o novo formato, segundo ela, não é tão simples quanto se parece, visto que é necessário manter patrocinadores, custos com locação e cenário, músicos, além de transmissão profissional nos meios digitais. 
Atualmente, o formato ao vivo é capaz de reunir pessoas de diversos Estados e países, levando gratuitamente para tela de um smartphone ou TV, um conteúdo próximo do que acontece nos shows, muitas vezes pagos. Sobre esta consolidação dos meios, Sofia acredita que mesmo depois da pandemia, o formato continuará sendo uma opção para os artistas. “Nesse espaço, a pessoa pode interagir comigo, mandar perguntas, pedir músicas e conhecer outros trabalhos agregados ao meu. Então, é uma forma delas estarem próximas, algo que muitas vezes não acontece nos shows”. 
Neste período de quarentena, Sofia já promoveu várias lives, uma delas em prol ao Fundo Social de Solidariedade de Presidente Prudente. Ações de cunho social também crescem na nossa região, conforme sempre noticia este diário. 

Formato de apresentação

 A cantora e compositora prudentina, Cida Ajala, destaca que não sofreu impacto durante este período e considera que a sua trajetória profissional ficou mais intensa diante dos convites que recebeu para lives, bem como a regravação de algumas de suas obras (“Palhoça Velha” e “Ritmo Caliente” farão parte da trilha sonora da novela “Pai João” e do filme “Sortilégio da Paixão”, respectivamente). Nos últimos meses, conforme noticiado por este diário, ela esteve ao lado de grandes artistas, como as irmãs Galvão (Marilene e Mary) e o multiartista de nome SyderSDR, que é produtor, compositor, ator e diretor do Festival Ibero Americano Brasil. 

“EU SINTO FALTA DO PALCO, DO COTIDIANO COM OS MÚSICOS, MAS A LIVE TEM O LADO BOM DE PODER ESTAR ONDE EU NÃO ESTARIA E, PRINCIPALMENTE, AJUDAR AO PRÓXIMO. ESPERO QUE TUDO PASSE LOGO E, QUE, COM SEGURANÇA, POSSAMOS VOLTAR”
Cida Ajala

A cantora também promove o bem através das suas lives. Atualmente, todas elas visam a arrecadação de alimentos, móveis e roupas, que são ofertadas para famílias em situação de vulnerabilidade do Projeto dos Anjos, em Prudente. “Eu sinto falta do palco, do cotidiano com os músicos, mas a live tem o lado bom de poder estar onde eu não estaria e, principalmente, ajudar ao próximo. Espero que tudo passe logo e, que, com segurança, possamos voltar”, frisa a compositora. 

Universo da dança

A bailarina, professora e sócia da Cia do Corpo Escola de Dança, Adriana Ferreira, relata que o período trouxe prejuízos. “No final de 2019, apresentamos um espetáculo que fez muito sucesso, o que nos levou conseguir muitos alunos para o início de 2020. Desde que abrimos a escola, há dez anos, estávamos no nosso melhor ano e com a pandemia, tudo escorreu pelas mãos. Por mais que nos reinventamos, perdemos 50% de alunos, pois não são todos que se adaptaram às aulas on-line”, detalha. 
Mesmo com toda a dificuldade, Adriana diz que se esforça para manter as atuais alunas através de aulas on-line e gravadas, ações solidárias, lives com professores de outras cidades, além de vídeos coreografados e produzidos pelas alunas em casa. Com isso, promoverá ainda este ano um espetáculo em um novo formato. “Isso incentivou elas, pois apresentamos um objetivo. Agora estamos aguardando a volta para a fase amarela[Plano São Paulo], para organizarmos os ensaios presenciais”. Mas os esforços já são vistos, explica a professora. “São muitos desafios, eu e minha sócia Lysia Barbosa, determinarmos que será um dia de cada vez, mas já passamos por fases desesperadoras. Graças ao nosso trabalho, conseguimos manter a maioria das alunas de clássico na escola”.
O que todos estes artistas têm em comum? Mesmo em meio às dificuldades eles se reinventaram, seja para levar uma voz de esperança a milhares de pessoas ou o conhecimento que educa e transforma. Hoje, todos continuam firmes e amparados no amor pela arte.
 Para produção das fotos desta matéria, a reportagem levou em conta todas as medidas sanitárias visando à saúde pessoal e coletiva. 

 



 

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