As dietas parecem ter um ciclo anual muito parecido com aquele das novas coleções de roupas. Não por acaso, as dietas que caem no gosto popular ganham o apelido de “dieta da moda”. Muito curiosamente, as novas dietas que aparecem quase nunca são elaboradas por nutricionistas. Em geral são “inventadas” por outros profissionais de saúde, cujos conhecimentos de nutrição e metabolismo não parecem realmente aprofundados.

NUTRICIONISTAS
Esses profissionais, quando bem formados e dedicados, sabem muito bem os alimentos e cardápios que funcionam para os diversos objetivos, mantendo a saúde do paciente. Têm consciência que invenções de dieta não se sustentam e podem causar mais prejuízos do que benefícios. Óbvio que há os profissionais que cedem à tentação e aos apelos dos pacientes e concordam em acompanhá-los no uso da dieta da moda da vez.

IMPROVÁVEL
Sobre as dietas para diferentes objetivos (ex. emagrecimento) é improvável que ainda seja criada alguma revolucionária. Na prática dos nutricionistas sérios e atualizados com as informações científicas há incorporação de algum alimento, cujas propriedades foram mais bem estudadas. Há estratégias de alteração da proporção dos nutrientes, das porções, do consumo energético diário etc, utilizadas por períodos limitados para metas específicas. Por isso, nomes como “dieta revolucionária” e outros, não deveriam causar nada além de curiosidade e suspeita.

AS ELEITAS
De tempos em tempos instituições ou empresas de mídia elaboram rankings das melhores dietas. No início de 2023 o U.S. News & World Report dos EUA convidou 33 profissionais especialistas nutrição para a avaliação e pontuação (0 A 5) de mais de 20 dietas conhecidas e utilizadas para promoção da saúde, benefícios cardiovasculares, eficiência no emagrecimento e outras qualidades. Algumas dessas dietas já foram ou são também populares no Brasil.

APROVADAS POR NOTA
Para os nutricionistas e profissionais de saúde bem informados os resultados não foram surpreendentes, pois as dietas eleitas já foram muito bem testadas em populações e tiveram os benefícios evidenciados por estudos epidemiológicos. A campeã foi a dieta Mediterrânea, a vice foi a dieta DASH (dietary approaches to stop hypertension), em terceiro ficou a dieta Flexitariana (tem base vegetariana, mas permite carnes eventualmente), depois a dieta TLC (therapeutic lifestyle chances), dieta Anti-inflamatória (foco especial em alimentos funcionais), dieta da Clínica Mayo e dieta MIND. Todas tiveram média acima de 4,0 privilegiando os vegetais, grãos integrais, pequeno consumo de carnes e de gorduras saturadas, e banem os alimentos ultraprocessados.

REPROVADAS POR NOTA
Entre as dietas com média abaixo de 3,0 as conhecidas no Brasil são: dieta de South Beach, dieta Paleo, dieta Keto, dieta Whole 30, dieta de Dukan, dieta do Dr. Atkins (essa teve nota menor que 2,0). Essas dietas, em geral, recomendam o baixo consumo de carboidratos (tipo low carb) e liberam o consumo de carnes e outros alimentos de origem animal ricos em gorduras saturadas.

Dietas prescritas por nutricionistas sérios têm características das melhores dietas, mas sempre adaptadas à realidade do paciente. Caso esteja disposto a seguir uma das dietas aprovadas pode adaptar-se gradualmente inserindo aos poucos os alimentos recomendados. Isso já lhe trará benefícios em curto, médio e longo prazo.

As melhores privilegiam vegetais, grãos integrais, pequeno consumo de carnes e de gorduras saturadas, e banem os alimentos ultraprocessados.

Referências

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