As duas metades da mesma laranja

OPINIÃO - Renato Michelis

Data 08/11/2022
Horário 05:00

Há alguns dias, tive a oportunidade em poder assistir uma palestra sobre “Escolhas”. Proferida por eminente médico de nossa sociedade, um ser humano de profundo saber e elevada espiritualidade. Como lembrado, no reino animal, nós os “Homo sapiens”, nos diferenciamos dos outros animais justamente por nossa capacidade em fazer escolhas e raciocinar.
E, fazemos isso como muita facilidade; algumas vezes, no modo automático, sem uma profunda e devida análise. Porém, toda escolha gera um efeito, a lei da ação e reação, e é quando a coisa pega, pois encarar as reações e efeitos gerados por nossas escolhas nem sempre é tão fácil. 
Acabamos de passar por uma das eleições mais disputadas da história brasileira, o qual 20,59% dos eleitores abstiveram da escolha, e 4,59% anulou ou votou em branco, o que ironicamente é a mesma coisa, só que o eleitor tem o trabalho de se locomover até o local de votação. Imagine se o país fosse uma laranja, teríamos 1/4 sendo desaproveitada, jogada no lixo. Do restante da fruta, que foi salva desse desperdício, metade se fez suco e a outra parte poderá ser usada de diversas formas. 
O antagonismo sobre essas partes de nossa laranja patriótica se faz gritante e eloquentemente visceral. O momento pede reflexão, respiração e inspiração. Das escolhas agora emanadas nas urnas pelo país afora, nascerão as consequências. E é justamente onde mora o problema: teremos maturidade e responsabilidade para conviver com essas escolhas? 
Vontades redundam em acertos e erros; quando acertamos, temos facilidade em aceitar; mas quando erramos, aceitamos com a mesma facilidade? São reflexões que deveríamos fazer sobre todos os atos de nossas vidas. 
“Como serão os próximos quatro anos da vida política e social em nosso país?”, “Quais são os efeitos que irão advir das escolhas emanadas das urnas nestes últimos dias?” e “Como iremos reagir a estes efeitos?”
O país apostou suas fichas, e só o tempo dirá se a sociedade optou pela alternativa correta. Só o tempo dirá qual parte da laranja foi melhor aproveitada; mas foi uma lástima termos desperdiçado 1/4 com a errônea crença em ser superior ao que se dispunha de opções, pois ainda assim, as escolhas de outrem nos serão impostas. 
Talvez pudéssemos saciar mais bocas com essa quarta parte importante de nossa nação, mas não se fizeram aproveitar, muito menos poderão reclamar sobre o que resultou do uso restante dessa laranja. O que consola, é que em toda escolha, sempre saímos ganhando. Quando acertamos, a recompensa é clara, e quando erramos, ainda podemos aprender com esses erros.
 

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