Audiência pública reúne 600 alunos em PP

Evento ocorreu na manha de ontem, em Prudente, e debateu modelos de gestão ao tema; PM e Defensoria Pública estiveram presentes

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 05/11/2017
Horário 04:14
Marcio Oliveira , Alunos debateram políticas ao tema drogas na Toledo Prudente Centro Universitário
Marcio Oliveira , Alunos debateram políticas ao tema drogas na Toledo Prudente Centro Universitário

Cerca de 600 estudantes dos cursos de direito e serviço social da Toledo Prudente Centro Universitário se reuniram na manhã de ontem para uma audiência pública com o tema: “Cracolândia e drogadição: os limites da intervenção estatal na esfera privada e os modelos de gestão das políticas de drogas”. Autoridades estiveram presentes no debate, que contou com a apresentação de seis grupos com modelos de gestão política às drogas.

De acordo com o professor e um dos organizadores do debate, Renato Herbella, a atividade que teve início às 8h tem como objetivo implantar uma metodologia diferenciada de ensino, aliada a interação dos estudantes. “Essa atividade se chama metodologia ativa, quando o protagonismo do ensino deixa de ser do professor e passa a pertencer ao aluno”, expõe.

Ainda conforme Renato, o debate começou a ser elaborado pelos estudantes já há alguns meses e o tema foi escolhido a partir do interesse coletivo. “No ano passado desenvolvemos sobre a identidade de gênero e, devido o caso recente da desocupação da Cracolândia, na capital, surgiu o interesse de tratar as políticas de drogas”.

A audiência pública contou com a presença de autoridades como o defensor público Gustavo Picchi, o capitão da Polícia Militar Marcelo Moura, a assistente social Elizabeth Lourenção e o psiquiatra Rodrigo Demattei e, conforme Renato, serviram como um ponto de “debate interdisciplinar”, já que a atividade é entre dois cursos.

 

Visão ampla

O defensor público, Gustavo Picchi, afirma que este tipo de debate é fundamental para que os estudantes saiam do campo do direito e compreendam os demais aspectos. “A defensoria traz, neste momento, uma visão ampla do assunto e novas perspectivas. A guerra às drogas, por exemplo, no âmbito do direito é um fracasso, mas, na prática, pode ser vista e estudada como um sucesso”, salienta.

Gustavo acrescenta que a defensoria gosta de ser “oxigenada” por outros pensamentos e a atividade passa a ser um estímulo para que os alunos entendam tais fatores. Já para o psiquiatra, que também participou do debate, Rodrigo Demattei, debater o assunto é relevante para que as políticas de saúde pública no Brasil sejam evidenciadas. “Esse tema precisa de atenção. Sabemos que existe a lei e a fiscalização, mas não existe política”. Rodrigo explica ainda que a sua presença na atividade vai fomentar a discussão de fatores de risco e proteção dos usuários, já que 50% do trabalho semanal são voltados ao tema.

 

Experiências

O estudante do curso de direito, Tércio Gerhardt de Moraes, 19 anos, fez parte de um dos grupos participantes do debate, ao apresentar um documentário com o tema voltado às drogas, e afirma que a atividade estimula o ensino que vai além da sala de aula. “Pensamos nesse tipo de material, pois a imagem mexe com o psicológico. Em nove minutos, apresentamos histórias de pessoas que já viveram neste universo, além de ouvir e questionar especialistas no tema”, afirma.

Já a aluna do curso de direito, Laura Sierra Alves, 18 anos, participou pela primeira vez de uma atividade como o debate e ressalta que o aprendizado “diferente” garante a assimilação do conteúdo. “É um tema atualizado, no interior não conhecemos muito essa realidade debatida, então é importante para que todos tenham acesso e entendam o que é falado dentro da sala de aula”.

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