Os números divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente acendem um sinal de alerta. Desde o início do contrato que ampliou a oferta gratuita de mamografias e ultrassons de mama na rede privada, 990 exames foram marcados — mas quase 300 mulheres não compareceram. Em outras palavras, 30,30% das pacientes simplesmente deixaram de realizar um procedimento essencial à prevenção do câncer de mama.
Mais do que uma estatística fria, o dado revela um desafio cultural e de conscientização. O câncer de mama continua sendo uma das principais causas de morte entre mulheres no Brasil, e o diagnóstico precoce é decisivo para o sucesso do tratamento. Cada vaga ociosa representa uma oportunidade perdida de detectar a doença a tempo, e, pior, impede que outra mulher — que aguarda na fila — possa realizar seu exame.
A Secretaria de Saúde tem razão ao reforçar o pedido para que as pacientes desmarquem o exame caso não possam comparecer. É um gesto simples, mas de profundo impacto coletivo. A ausência injustificada não prejudica apenas o sistema de saúde, que desperdiça recursos públicos, mas também a comunidade como um todo.
É preciso compreender que a responsabilidade pela saúde é compartilhada. O poder público deve continuar promovendo campanhas de conscientização, ampliando o acesso e a informação. Mas cabe também à população fazer sua parte — comparecendo, avisando e valorizando o que é oferecido gratuitamente com tanto esforço.
Em tempos em que tanto se fala em empatia e cidadania, lembrar que pequenas atitudes salvam vidas é mais do que um lembrete: é um chamado à consciência. Em Prudente, o desafio não é apenas técnico, mas humano. Cuidar da própria saúde é, também, um ato de respeito ao próximo.