Auxílio emergencial faz falta para famílias de baixa renda

Benefício concedido pelo governo federal para diminuir os impactos econômicos chegou ao fim; mesmo enfrentando dificuldades, famílias têm esperança de dias melhores

PRUDENTE - OSLAINE SILVA

Data 07/02/2021
Horário 08:25
Foto: Cedida
Marcos, a esposa Jady e o filhinho Bryan retratam a realidade de milhares de famílias
Marcos, a esposa Jady e o filhinho Bryan retratam a realidade de milhares de famílias

Em decorrência dos efeitos da pandemia do novo coronavírus na vida dos brasileiros, o auxílio emergencial se tornou a principal fonte de renda para muitos trabalhadores que ficaram sem emprego ou tiveram suas atividades dificultadas por este cenário. O benefício concedido pelo governo federal para minimizar os impactos econômicos, no entanto, chegou ao fim. E a situação na casa de milhares de famílias de baixa renda tem sido difícil. Mas a fé e a esperança parecem minimizar a angústia. 
O servente de pedreiro, Marcos Henrique Oliveira dos Santos, 23 anos, que mora com a esposa Jady Carolina Inocêncio Rodrigues, 19 anos, e o filhinho Bryan Henrique, de 1 ano e meio, no Parque dos Pinheiros, em Álvares Machado, representa a realidade de milhares de famílias brasileiras. Ele diz que a situação está “difícil demais”, porque embora esteja empregado, ganha R$ 80 por dia trabalhado. E o mês de janeiro, por exemplo, choveu demais, logo, ele praticamente não ganhou nada. 
“Como essa crise não dá para a gente trabalhar direito, com o auxílio emergencial eu conseguia pagar as contas do mês [aluguel R$ 300, água e luz que somam mais ou menos uns R$ 150] e ainda sobrava para comprar alguma mistura, frutas e mais leite para o meu filho”, conta Marcos. 
“Vou trabalhar todo dia, se Deus ajudar e não chover muito [risos], tentar economizar o máximo possível até toda essa dificuldade passar. E como as coisas estão muito caras, toda ajuda é sempre e bem-vinda. Então, se não tiver jeito a gente pede ajuda pra assistência”, expõe o jovem pai, que faz um percurso de 5 quilômetros de bicicleta todas as manhãs até a casa do patrão e o mesmo na volta após um dia inteiro de serviço braçal pesado.
“Eu amo demais o meu filho e por ele me esforço a cada dia. A gente fica triste quando não consegue comprar alguma coisa pra ele, ainda mais porque come de tudo. Olha acho que até pedra se der o menininho come, graças a Deus [risos]. Deus é bom, logo tudo isso passa”, acrescenta Marcos.

Um bico aqui, outro ali

Até mesmo para o eletricista Leandro Serafim, que mora sozinho, a situação está difícil porque, segundo ele, tem dependido de “bicos, um aqui, outro ali”, e para as contas fixas mensais mais a pensão da filha menor, no valor fixo de R$ 300, é sabido que nem sempre se consegue juntar o necessário.
“As parcelas do auxílio emergencial ajudavam principalmente para garantir a pensão da minha filha. Na situação que a gente tá, não dá pra ter vergonha, e se eu precisar vou sim recorrer à assistência social. Mas, se Deus quiser, vai aparecer algum serviço fixo ou por um bom dinheiro pra conseguir respirar um pouco”, diz o eletricista.

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