Um caso suspeito de intoxicação por metanol está sendo investigado pela SES-SP (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) em Presidente Prudente. A informação foi divulgada pela pasta em um balanço, no fim da tarde desta terça-feira, que acumulava um total 176 casos no território paulista, sendo 158 em investigação e 18 confirmados. Com relação às suspeitas descartadas, a soma era de 85 até esta terça-feira. No caso da capital do oeste paulista, a Prefeitura afirmou nesta quarta-feira que este também foi “descartado”.
“A Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa que não há casos confirmados de intoxicação por metanol no município”, anunciou a administração municipal na manhã desta quarta-feira.
Segundo o Executivo, no último final de semana, um homem procurou a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Zona Norte relatando mal-estar após ingerir cerveja e vodca. “O paciente, no entanto, deixou a unidade antes de receber o medicamento, por decisão própria. Na segunda-feira, dia 6, equipes da Visa [Vigilância Sanitária] localizaram o homem, que informou já estar recuperado e de volta ao trabalho”, relata a Prefeitura.
Informa a administração municipal que o caso chegou a ser notificado à SES-SP, mas foi descartado, “uma vez que não houve confirmação de intoxicação”. “Segundo a Visa, o metanol costuma provocar agravamento dos sintomas cerca de 12 horas após a ingestão, o que não ocorreu nesse caso”, ressalta o Executivo.
“A Secretaria de Saúde reforça que qualquer pessoa que apresentar sintomas como dor de cabeça intensa, tontura, náusea, falta de ar, visão turva ou perda de consciência após o consumo de bebidas alcoólicas deve procurar imediatamente uma unidade de saúde. As equipes estão preparadas para avaliar e cuidar dos casos”, encerrou a administração municipal.
Protocolo padrão
Como define as primeiras horas como “decisivas para salvar vidas”, a SES-SP pontua que tem adotado um protocolo padrão com os pacientes que procuram as unidades de saúde após consumo de bebidas destiladas e quadro incomum. “O protocolo aplicado é tratar, como primeira hipótese diagnóstica da equipe de saúde, a intoxicação por metanol. Por isso, os pacientes que estão com os sintomas e passam a ser tratados com o protocolo são considerados ‘casos suspeitos’ até que saia o resultado do exame”, explica a pasta.
A SES-SP ainda destaca que a intoxicação por metanol é grave, pode levar à cegueira permanente e até a óbito. “O metanol pode estar presente em bebidas alcoólicas clandestinas e adulteradas, além de produtos como combustíveis, solventes e líquidos de limpeza”, frisa, ao garantir que “as unidades de saúde do Estado estão preparadas para lidar com a situação”.
A pasta estadual também recomenda à população evitar o consumo de bebida destilada com a procedência desconhecida e que, o paciente com quadro incomum após ingestão de bebida alcoólica, procure atendimento médico imediato, realize exames laboratoriais e avaliação oftalmológica. O socorro em até seis horas após o início dos sintomas é fundamental para evitar o agravamento. “Para atendimento imediato a todos os casos suspeitos, o Estado distribuiu 2.500 ampolas de álcool etílico absoluto à rede pública de saúde, garantindo resposta imediata e padronizada às emergências”, promove a SES-SP.
A fim de coibir os casos, uma força-tarefa vem sendo promovida pelo governo estadual fiscalizando bares e distribuidoras de bebidas. Desde a semana passada, 18 estabelecimentos foram vistoriados, 11 deles foram interditados cautelarmente por conta de questões sanitárias. São sete na capital, dois em Osasco, um em São Bernardo do Campo e um em Barueri.