Primeiros brasileiros no ranking da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf na sigla em inglês), pelas provas dos 200 metros rasos e do salto em distância, os atletas Bruno Lins Tenório de Barros e Mauro Vinícius da Silva, Duda, respectivamente, estão no seleto grupo do atletismo contemplado com a Bolsa Pódio, do Programa Brasil Medalhas. O anúncio foi feito anteontem, pelo Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira da modalidade (CBAt), no auditório da Federação Paulista (FPA), em São Paulo. Além da dupla, outros 17 atletas foram beneficiados pelo projeto, que conta com iniciativa do governo federal e visa melhorar os índices do País nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Número 25 na lista dos 200 m rasos com o tempo de 20s24, conforme o ranking da Iaaf, o velocista Bruno Lins, da Fundacte/Centro de Excelência/Semepp, de Prudente, foi selecionado por ser o brasileiro mais bem colocado na categoria. Mesma situação de Duda, que nasceu em Presidente Prudente e compete pela BM&F Bovespa, de São Caetano do Sul (SP). Atualmente, o saltador figura na sexta colocação do ranking mundial pelo salto em distância com a marca de 8,31 m.

Sem participar de uma competição oficial desde setembro, quando defendeu o Exército Brasileiro no Torneio Regional do Conselho Internacional de Esportes Militares (CISM), em Warendorf, na Alemanha, Bruno Lins comemora o reconhecimento e considera que o incentivo será primordial em sua preparação para os Jogos do Rio. "Será uma ajuda de extrema importância. Primeiro porque a gente tem que manter o alto nível dos treinamentos para conseguir permanecer no alto rendimento. Então, agora com a concretização da bolsa teremos uma maior tranquilidade e qualidade nos treinamentos", afirma.

Segundo ele, entre outros benefícios, como a garantia de uma equipe multidisciplinar, com técnico, médico, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista, o programa lhe dará a possibilidade de poder investir mais em sua carreira esportiva. "Vou poder investir na minha carreira. Comprar um tênis melhor, equipamentos melhores, suplementos de mais qualidade, fazer ioga, acupuntura. Enfim, tudo o que contribua com meu treinamento", ressalta o velocista.

 

Forte investimento

Lançado em setembro do último ano, pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o Plano Brasil Medalhas objetiva colocar o País entre os dez primeiros nos Jogos Olímpicos e entre os cinco melhores nos Jogos Paralímpicos, em 2016. No total, o projeto prevê o investimento de R$ 1 bilhão, em 21 modalidades olímpicas e 15 paralímpicas, provenientes do Orçamento Geral da União (OGU) e de investimentos de empresas estatais, conforme informações do próprio ministério.

De acordo com nota da Assessoria de Imprensa da CBAt, "o órgão receberá, para gerenciar o programa, R$ 6,5 milhões por ano até as Olimpíadas". Sendo que, "os repasses serão feitos através da patrocinadora oficial da entidade, que é a Caixa Econômica Federal ". Para ter direito à bolsa, os atletas foram avaliados pela CBAt, Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Ministério do Esporte, além da Caixa, conforme suas posições no ranking mundial de sua prova, assim como em sua progressão nos três últimos anos e em seu plano esportivo para o ciclo olímpico nas principais competições, entre outros critérios.