Caminhada Azul conscientiza sobre autismo hoje, no Parque do Povo

Caracterizado por uma alteração da comunicação social e no comportamento repetitivo, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é uma condição do desenvolvimento neurológico.

PRUDENTE - Gabriela Leal

Data 02/04/2015
Horário 08:45
 

Vestidos de azul, familiares e membros de entidades que tratam de autistas lembram hoje do Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A cor marca a luta pela inclusão e socialização dos pacientes da patologia. Com esse intuito, instituições de Presidente Prudente realizam hoje, às 8h, a "Caminhada Azul" em alusão à data. Entre os participantes está a Lumen et Fides (Associação de Desenvolvimento de Criança Limitada) e o CEI (Centro de Estimulação Integrado).

O grupo se reúne no Parque do Povo, na Avenida 14 de Setembro, nas proximidades da Fundação Mirim. De acordo com a coordenadora pedagógica da Lumen, Perlla Cristina de Oliveira, o objetivo da caminhada é esclarecer sobre o autismo e minimizar atitudes discriminatórias. Quem for participar, é convidado a vestir uma camiseta azul.

Caracterizado por uma alteração da comunicação social e no comportamento repetitivo, o TEA (Transtorno do Espectro Autista) é uma condição do desenvolvimento neurológico. "É uma síndrome que aparece até os três anos e compromete a interação social e comunicação", afirma a psicóloga do CEI, Ana Maria Pedro Cacciapore. Para diagnosticar a patologia, é necessário fazer uma avaliação com equipe multidisciplinar. "Mesmo com a confirmação da síndrome, quando o paciente chega até o centro fazemos uma avaliação individual com terapeuta ocupacional, psicólogo e fonoaudiólogo", comenta Cacciapore. A psicóloga explica que uma das principais características da criança autista é a dificuldade de sociabilização. "Quando a criança se expressa é mais fácil cuidar", diz.

Segundo a "Revista Autismo", de 2014, a cada 68 crianças uma tem autismo. A síndrome acomete a maioria dos meninos, uma das razões da escolha pela cor azul. Apesar de vários estudos, ainda não existe cura para o autismo, mas há tratamentos direcionados às necessidades específicas da criança. "O objetivo é maximizar as habilidades sociais e comunicativas da criança", afirma Cacciapore.

 

Atendimento

O CEI atende 80 crianças com patologias diferentes por semana, dessas, 15 com a síndrome, sendo que uma é menina. A instituição oferece tratamentos com terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, entre outros profissionais próprios para tratar a síndrome.

Atualmente, a Lumen atende 90 crianças e adolescentes com deficiências físicas ocasionadas por patologias neurológicas ou neuromusculares, dessas, 55 são autistas. Os mesmos recebem atendimentos na área de educação e saúde, com fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, entre outros.

 

Em dose dupla

Os gêmeos Artur Prado Azenha e Pedro Prado Azenha, 7 anos, nasceram de oito meses e são autistas. A mãe deles, Márcia Prado Azenha, conta que apesar de prematuros, os filhos engatinharam e caminharam no tempo ideal. A partir de um ano, ela começou a perceber que os gêmeos não gostavam de barulho e não brincavam com as outras crianças. Com dois anos, ela percebeu atraso na fala e resolveu procurar ajuda médica. Mas, foi somente com três anos, após exames, que os dois foram diagnosticados autistas. A partir disso, ela comenta que passou a pesquisar sobre o assunto e iniciou a luta. "Procurei encontrar o tratamento adequado para eles", diz. Segundo Azenha, o tratamento é essencial. Ela percebeu uma melhora significativa. "O Artur começou a falar aos cinco anos e Pedro um pouco antes. As terapias são fundamentais", acrescenta.

 

Palestra


Está programada para às 19h, no Salão Nobre da Toledo Prudente Centro Universitário, localizado na Praça Raul Furquim, em Presidente Prudente, uma palestra com o tema "A diferença é que tenho autismo...mas vivo no mesmo mundo que você!". O evento terá profissionais da neurologia, psicopedagogia, assistência social, psicologia, entre outros. De acordo com a coordenadora do curso de Serviço Social, Juliene Aglio Parrão, o objetivo da palestra é ampliar o conhecimento e contribuir para inclusão social da pessoa com autismo.

 
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