Cardiologista teve Covid e recuperou-se em casa

SINOMAR CALMONA

Médica cardiologista Nina Azevedo atua na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional

COLUNA - Sinomar

Data 14/10/2020
Horário 04:45
Nina Azevedo: “Tive sintomas leves de Covid, mas me mantive isolada e com pensamento positivo”
Nina Azevedo: “Tive sintomas leves de Covid, mas me mantive isolada e com pensamento positivo”

A médica Nina Azevedo de Medeiros Couto tem 35 anos, é natural de Presidente Prudente e formou-se em Medicina pela Unoeste. Tem especialização em Clínica Médica e Cardiologia Clínica pelo HR (Hospital Regional) de Presidente Prudente. Em 2018, recebeu o título de especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Ela atua na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional, na Unidade Coronariana da SCPP, no ambulatório de Coronariopatia do HRPP, preceptoria da residência de Clínica Médica e Cardiologia e tem consultório na Clínica Cardiovida.

Quais são as doenças cardiovasculares mais comuns entre a população brasileira e quais fatores levaram a esse aumento de mortes em plena pandemia?
As doenças cardiovasculares (doenças do coração e circulação) são a principal causa de morte no Brasil. A Sociedade Brasileira de Cardiologia desenvolveu um cardiômetro para realizar estimativa em tempo real, e que nos traz dados alarmantes. São mais de 1.100 mil mortes por dia, cerca de 46 por hora, e 1,5 mortes por minuto no Brasil.
Portanto, é fundamental que tracemos estratégias de prevenção e tratamento adequados para que consigamos conter e reverter essa situação. Nesse contexto, diante da pandemia, observamos um aumento exponencial nos óbitos por causas cardiovasculares, sendo esse fato atribuído, não só pelos casos de Covid nessa população, mas também pelo abandono de tratamento já instituído e demora para auxílio médico em casos de sintomas.

Qual o limite para decidir procurar o médico, mas também evitar saídas em meio ao isolamento social? Como os cardíacos devem se preocupar caso tenham sintomas?
Diante de tal cenário, é de extrema importância que a população entenda que não pode negligenciar sintomas como: dor no peito, falta de ar, aumentos sequenciais de pressão, cefaleias ou déficit neurológicos focais (perda de força em braços ou pernas, dificuldade de fala). Na vigência de sintomas, é necessário que o mesmo seja avaliado por um médico. Outro ponto importante é não protelar por muito tempo sua consulta de rotina, pois algumas doenças como diabetes, dislipidemias (colesterol alto) e até mesmo a hipertensão podem ser doenças silenciosas, porém com grande dano ao organismo do paciente.

Por que os cardíacos estão no grupo de risco para o coronavírus?
Devemos nos atentar que esses pacientes portadores de doenças cardiovasculares prévias constituem grupo de risco para um pior desfecho na vigência de uma infecção, como a por SARS-CoV 2 (vírus que causa a Covid-19), por já serem pacientes com um estado perene inflamatório, não possuem maior propensão de contaminação e sim de um desfecho mais grave e desfavorável.

Quais as principais doenças cardiovasculares? 
Hipertensão arterial sistêmica, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral. No cenário de Covid-19, esses pacientes podem ainda desenvolver miocardite (inflamação do músculo cardíaco), evoluindo para quadros graves de insuficiência cardíaca, além de se tornarem altamente trombogênicos (formação espontânea de coágulos), ocasionando isquemias coronarianas e cerebrais, assim como embolia pulmonar.

Quais orientações para os cardíacos em meio à pandemia?
Portanto, a orientação para esse grupo de pacientes é de maior cuidado em relação ao distanciamento social e cuidados individuais de higiene, evitando aglomerações e exposições desnecessárias, sem deixar de realizar seus exames de rotina e controle de doenças crônicas e sem negligenciar sintomas.

A senhora mesmo foi contaminada pela Covid? Como foi o tratamento e a recuperação?
Minha experiência individual com a Covid-19 foi com sintomas leves. Apresentei sintomas como constipação nasal e a perda de olfato e paladar (anosmia), mas graças a Deus sem maiores repercussões. Me mantive isolada pelos 14 dias e depois retornei ao trabalho, sem sequelas adicionais. Meu tratamento foi baseado em evidências científicas. Assim como não prescrevo medicações sem evidências científicas validadas, também não fiz uso de nenhuma medicação. Como tive sintomas leves, utilizei apenas medicações sintomáticas. Por ser médica, talvez tenha passado pelo ocorrido com maior tranquilidade que outros pacientes, mas tentei manter a alegria e o pensamento positivo.

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