Carreata pede mudanças políticas no Brasil

De acordo com a organização, 1 mil veículos participaram do manifesto, que percorreu as principais avenidas do município

PRUDENTE - WEVERSON NASCIMENTO

Data 01/05/2021
Horário 12:05
Foto: Weverson Nascimento
Carreata pela Liberdade de Trabalhar reuniu 1 mil veículos
Carreata pela Liberdade de Trabalhar reuniu 1 mil veículos

Como anunciado, na manhã deste sábado, feriado do Dia do Trabalhador, ocorreu a “Carreata pela Liberdade de Trabalhar”, em Presidente Prudente. Dentre os pontos destacados pelo movimento, que também ocorreu em nível nacional, está a “liberdade” do povo brasileiro e o fim das políticas de lockdown, o voto impresso e auditável, bem como mudanças na conjuntura do STF (Supremo Tribunal Federal). De acordo com a organização, 1 mil veículos participaram da carreata.
O protesto iniciou por volta das 9h no prolongamento da Avenida Coronel José Soares Marcondes, e percorreu as principais avenidas de Presidente Prudente. O primeiro ponto destacado pelo movimento nacional diz respeito ao fim das políticas de lockdown. Segundo o organizador da carreata e embaixador do movimento Avança Brasil, Arildo César Chezlacki Junior, tais medidas trazem impactos para a continuidade do trabalho (economia) e interferem no direito das pessoas de ir e vir, expresso na Constituição Federal. A medida também traz impactos para os trabalhadores, que, especificamente no Estado de São Paulo, dependem das fases do Plano São Paulo. Atualmente, elas permitem, de forma consciente e gradual, a retomada das atividades econômicas.
A segunda pauta em discussão é quanto à “implantação” do voto impresso e auditável que, consequentemente, extingue o voto eletrônico. Atualmente, o movimento vem ganhando força, principalmente após a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, da deputada federal Bia Kicis (PSL), que exige uma impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de atualização, plebiscitos e referendos no Brasil. Pelo texto, essas cédulas vão ser conferidas pelo eleitor e precisarão ser depositadas em urnas indevassáveis de forma automática e sem contato manual, para fins de auditoria. O projeto já conta com milhares de apoiadores em todo o país.
O terceiro ponto abordado pela carreata foi sobre mudanças na conjuntura do STF. De acordo com o organizador, o movimento não quer acabar com o órgão do Poder Judiciário, apenas modificar a forma de eleição para a cadeira de ministro. Atualmente, o candidato a uma vaga no Supremo Tribunal Federal deve ser indicado pelo presidente da República e submetido a uma sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, composta por parlamentares. “Queremos que juízes de carreira ocupem essas vagas e que não tenha nenhuma indicação política, ou seja, queremos tornar o STF independente”, explica.  O movimento também reivindica que o mandato de um ministro seja de 8 anos.  

Impacto comercial

 A empresária Cacilda Magalhães, da Cacilda Tour, explica que seu setor foi um dos mais prejudicados diante da pandemia e das medidas restritivas.  “Nosso setor foi um dos primeiros a parar e será um dos últimos a voltar. Mas, estamos na luta!”, explica. Cacilda destaca que a “Carreata pela Liberdade de Trabalhar”, em Presidente Prudente, foi desenvolvida pelo apoio de mulheres que, inclusive, mostraram o poder feminino na política. “Nós mostramos a força da mulher em Prudente. Estamos aqui para dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro [sem partido]. Hoje, no Dia do Trabalho, estamos lutando para voltar a trabalhar”, acrescenta.
A empresária do setor de beleza, Zenate Correia, também reforça o apoio em favor da “liberdade” de trabalhar e ao presidente Bolsonaro. “Estamos pedindo uma força ao presidente para que ele tome as iniciativas que precisam ser tomadas. Por isso, estamos aqui demonstrando apoio ao presidente”, frisa. A profissional também destaca que seu setor foi atingido de forma “injusta” pelas medidas restritivas frente à pandemia do novo coronavírus.

Retomada gradual

Recentemente, a reportagem solicitou um posicionamento para a Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, que informou, por meio de nota, que a decisão de colocar o Estado na fase de transição do Plano São Paulo foi adotada após recomendação do Centro de Contingência com foco em análises e pareceres médicos para permitir, de forma consciente e gradual, a retomada das atividades econômicas dos setores. “O governo de São Paulo reitera o seu compromisso de proteger a vida dos seus cidadãos e tomará todas as medidas cabíveis dentro do escopo do Plano São Paulo para cumprir a sua missão”, detalhou.
Este novo momento, segundo o Estado, tem o objetivo de retomar atividades econômicas de forma segura e responsável, com a manutenção dos protocolos sanitários, horários de funcionamento e as restrições de circulação para a população. A pasta reforça, ainda, a importância da colaboração da população para evitar a disseminação do coronavírus, justamente por isso adotou medidas mais restritivas, ancoradas em critérios técnicos e científicos. “O Estado segue analisando a situação da pandemia para adoção de medidas adicionais, se necessário, para frear a disseminação da doença”, declarou.
A reportagem também solicitou um posicionamento ao STF (Supremo Tribunal Federal), que informou, por meio de nota, que não iria comentar o caso.

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