Carreata reivindica desburocratização de decreto

Motoristas de aplicativos de Prudente se reuniram ontem para solicitar prazo de 6 meses para adequações e revisão do documento

PRUDENTE - GABRIEL BUOSI

Data 04/01/2019
Horário 04:49
Marcio Oliveira - Carreata com buzinaço percorreu a área central de Prudente, na tarde de ontem
Marcio Oliveira - Carreata com buzinaço percorreu a área central de Prudente, na tarde de ontem

Um grupo de aproximadamente 100 motoristas, conforme estimado pela organização, se reuniu na tarde de ontem no IBC – Centro de Eventos, em Presidente Prudente, para debater algumas reivindicações em relação ao decreto publicado em agosto de 2018 pela Prefeitura e que regulamenta o serviço dos motoristas de aplicativos da cidade. O local serviu também de ponto de partida para uma carreata, que percorreu partes da área central com um “buzinaço”. “Queremos igualdade e desburocratização do nosso serviço. Nosso principal pedido é um prazo de pelo menos seis meses para regularizações e revisão de alguns temos do documento”, informa um dos organizadores da ação de ontem e também motorista, Wesley Aparecido de Jesus. A Amapp (Associação de Motoristas de Aplicativos de Presidente Prudente), procurada, afirma não estar à frente do ato e lembra repudiar qualquer ação contra a Prefeitura, como a de ontem. A administração pública, por sua vez, diz não haver previsão de novas alterações no decreto.

O grupo recebeu a reportagem na tarde de ontem, próximo das 16h, com reivindicações semelhantes por parte de todos os presentes: desburocratização generalizada, retirada do item que obriga o veículo ser emplacado em Presidente Prudente e a solicitação de um prazo de seis meses para adequações – prazo encerrado já em dezembro, o que torna as pessoas não regularizadas como ilegais atualmente. “Existe uma injustiça na nossa cidade, pois três grupos foram formados. A Semav [Secretaria Municipal de Assuntos Viários e Cooperação em Segurança Pública] está de um lado, a Amapp, que não nos representa neste momento, do outro lado, e nós, que estamos de forma independente buscando igualdade de direitos e melhores condições para ganhar o nosso pão”, informa Wesley. A reivindicação das placas se dá, entre outros fatores, à presença de moradores da região que usam Prudente como uma forma de fonte de renda.

Já o motorista e também representante do grupo, Cláudio Zocante, afirma que, “mais do que nunca”, os motoristas precisam do apoio da população na “luta”, já que a chegada dos aplicativos de transporte possibilitou melhores condições às pessoas que hoje utilizam o serviço. “Vamos realizar uma nova carreata no domingo, às 16h, com saída prevista para a Praça do Centenário, no Parque do Povo. Todos estão convidados para lutar com a gente”, expõe. Além dos citados, o motorista Renato Peruchi também esteve no local, pois desde o último dia do ano não realiza nenhum tipo de corrida pelo aplicativo por não estar com a situação regularizada. “O medo de ganhar uma multa é bem maior e para mim essa burocratização não é viável. Aguardo uma resposta oficial da Prefeitura, pois já estamos amparados pelos aplicativos, que nos dão segurança. Sou contra essa regularização local”, pontua.

Amapp e Prefeitura

A Associação de Motoristas de Aplicativos de Presidente Prudente foi procurada pela reportagem e afirmou ter participado de uma reunião com os representantes legais do grupo, de forma que eles teriam sido orientados a continuar trabalhando e não participar do encontro. “Nós repudiamos qualquer ato contra a Prefeitura e qualquer carreata ou ação semelhante a essa”.

A Prefeitura, por sua vez, lembra que os termos do decreto em vigor foram discutidos “minuciosamente” com representantes de motoristas de aplicativos, sendo que no dia 18 de setembro eles estiveram no Gabinete do Paço Municipal Florivaldo Leal com uma pauta de reivindicações e que foram “amplamente atendidas” pela administração, por meio de alterações no decreto. “Desta forma, não há previsão de nova alteração no documento”.

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