Um esquadrão de verdade, pelo amor de deus

 

Quero aproveitar o meio de semana sem jogos do Brasileirão para falar do mesmo. O Palmeiras nas mãos de Cuca e com a correção em alguns pontos nevrálgicos lidera sem nenhum brilho especial. É apenas uma equipe mediana e depois de 13 rodadas com algum acerto que lhe faltava. Não é time para ser campeão, verdade das verdades. O Corinthians perdeu para suas necessidades financeiras, suas "jogadas" políticas e sua pujança maior foi-se pelo mundo. De verdadeiro ficou um belo estádio para pagar.

Também a ausência de Tite é sentida, mas, sinceramente, o que poderia ele fazer com o atual elenco além do que Cristóvão Borges está fazendo?  Os clubes do sul do país mostram o de sempre: muita raça e muita luta, mas sem revelar um craque. Não vivem fase de euforia e nem se afundam na mediocridade geral.

Gosto de ver o Santos jogar e ainda encontro no mesmo algum ressaibo da mística que guardou como equipe que busca o gol e a vitória acima de jogar à base de esquemas. Continua revelando, mas sempre recebendo a ameaça de perder a qualquer momento suas melhores peças. O São Paulo, com a cabeça em outra disputa e sempre buscando um técnico mágico que faça o que os atletas não conseguem, não dá ao certame as cores que um dia deu.

Existe ai na sequência um grupo imenso que luta pela manutenção na divisão maior. Cariocas entre eles, embora queiram mais. É muito pouco para um campeonato de tal vulto. Os mineiros, sempre vanguardeiros e figuras de maior destaque, neste ano resolveram ficar pelo meio do caminho. Julgam que fazer rodízio de técnicos é o suficiente, o que não tem nada de verdade. Dos clubes cariocas não existe nada de melhor a se aguardar. O esforço do Flamengo em mostrar-se como integrante do primeiro bloco? Quem sabe ... quem sabe...

Do meio para baixo os mesmos concorrentes de sempre, só mudam alguns nomes, e que no final proporcionarão aquela luta horrenda para fugir do corte. Vejam que são clubes de expressão: Coritiba, Sport, Santa Cruz e América Mineiro no momento. Este último uma estrela fugaz que reaparece, mas não fixa posição. E o Santa Cruz que entra prometendo tudo e vai logo se alinhando entre os que não conseguem nada.

Este é o campeonato brasileiro depois de 13 rodadas. Está ainda muito cedo para deduções mais concretas, mas é tempo de reflexão para muitas dessas equipes. O BR/16 é um campeonato de tão grande vulto, de imenso porte, com 24 equipes concorrendo e sem a presença de um só grande esquadrão que mostre o futebol de um verdadeiro campeão que fixe sua marca para a posteridade.

 

Flávio Araújo, jornalista e radialista prudentino escreve neste espaço aos domingos.