CHARANGA DOMINGUEIRA de 11-12-2016

Esportes - Flávio Araújo

Data 11/12/2016
Horário 08:29
É DEMAIS PARA O MEU CORAÇÃO

"O futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais importante que isso" (Bill Slhankly, jornalista inglês).  "- Como a senhora explicaria a um menino o que é a felicidade?" – "Não explicaria. Daria uma bola para que jogasse". Pergunta de um jornalista à teóloga alemã Dorothee Sölle. "Tudo que sei de moral e ética aprendi com o futebol" (Albert Camus, Nobel de Literatura); "Futebol é a verdadeira linguagem universal", eu mesmo, na Copa do Mundo de 1974 na Alemanha.

Foi uma semana de emoções exacerbadas. Se as demonstrações de fraternidade e confraternização galvanizaram na relação entre os seres humanos, o futebol agigantou-se. Enquanto isso a política, mesmo nos poucos países onde impera a uma democracia de fachada, claudicou. Enquanto Colômbia e Brasil se uniam na dor e na comoção e o mundo repercutia, a justiça brasileira produzia um Frankenstein estuprando a Constituição e mantendo um presidente do Senado e retirando-o da linha de sucessão presidencial. O futebol voltou entre lágrimas e risos, alegrias e tristezas. Grêmio, vencedor da Copa do Brasil; Chapecoense campeã da Sul-Americana; oito brasileiros na Libertadores do ano que vem e o Brasileiro 2016 definindo hoje o  vice que virá depois do Palmeiras, o campeão. Apontará as últimas vagas para a Libertadores e Sul-Americana e dirá se o Internacional será rebaixado, o que parece inexorável. Tudo isso hoje! Na Europa foram conhecidos os 16 classificados para as oitavas da Liga dos Campeões. Real Madrid 2 Borússia 2 foi um espetáculo. Grandes jogos. Muita coisa embricada em uma única semana. No Brasil vivemos emoções mil. Dos acidentes a ação de nossos governantes. Aposentados, eternos sofredores (e quem não é neste país, exceção aos políticos do mal e à minoria do bem que confirma a regra) sem respirar a espera de mais uma violência. Um Frankenstein ocupando a presidência do Senado, mas, fora da linha sucessória presidencial, manobra praticada pelo STF que nem nome pode ter de tão absurda que é. Finalmente, e para completar, Alemanha e China assinaram um tratado para que o futebol, voltemos a ele, seja incrementado no país de maior população da Terra. O Brasil, maior ganhador de Copas e até outro dia o país do futebol não poderia ser o propulsor da China nesse campo? Não, porque o presidente da CBF está preso nos Estados Unidos e o atual sequer sai do país para também não ser enquadrado. Tudo pela maldita corrupção, a culpada das desgraças que atingem nossa nação. Se De Gaulle não disse que o Brasil não é um país sério, deveria ter dito. Futebol a parte, e vida que segue.

Flávio Araújo, jornalista e radialista prudentino escreve aos domingos neste espaço.

 
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