CHARANGA DOMINGUEIRA de 20-09-2015

Esportes - Flávio Araújo

Data 20/09/2015
Horário 09:50
 

Foi pênalti Arnaldo?


 

Quantas vezes você que quase sempre acompanha futebol pela televisão, já ouviu do comentarista de arbitragens algo mais ou menos assim: "Acompanhando o lance ao vivo julguei que houve penal. Agora vendo o mesmo lance no replay constato que não houve nada de anormal".

Isso acontece inúmeras vezes durante uma transmissão. Já ouvi o Arnaldo Cézar Coelho, que é o mais laureado daqueles que criticam a arbitragem, voltar atrás em suas afirmações depois de ver o lance mais de uma vez. E já aconteceu de vê-lo novamente retornar à sua primeira impressão.

O que faz o pobre do árbitro que tem que decidir em cima do acontecido? É ver o lance e tomar a decisão. Quando acontece de um árbitro ser alertado por um de seus auxiliares (e são tantos!) e corrigir sua posição inicial, todos o crucificam. Dos críticos aos torcedores. Só os beneficiados ficam em silêncio. O que não quer dizer que concordam, apenas são beneficiados e isso em matéria de torcedor de futebol é fator decisivo.

Deixa-me dizer que não conheço o plano criado pelo antigo árbitro Manoel Serapião Filho e não sou de afirmar que não vi e não gostei. Posso dizer, nada obstante, que seria encontrar o cálculo infalível da curvatura do quadrado. Não é coisa nem para Einstein ou Oscar Niemayer.

Serapião foi árbitro no meu tempo de microfone e jamais passou de mediano em sua função. O que não quer dizer que não seja um gênio em outras funções. Afinal, o filho do Lula é o Ronaldo Fenômeno da economia. Melhor que o próprio. Como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não divulgou o plano que endossou e encaminhou à Fifa (Federação Internacional de Futebol) para ser testado no próximo Campeonato Brasileiro e até prova em contrário, fico na minha.

Continuo julgando que futebol é um jogo de humano para humanos. Você que me acompanha já prestou atenção nos atiradores nas provas olímpicas? Com qualquer tipo de arma, pistola, carabina ou mesmo o arco e a flecha? São todas dotadas de tantos apetrechos complementares que fico em dúvida se são mesmo os atiradores que possuem tão boa pontaria ou se os acessórios respondem pela direção perfeita, ou quase, do projétil ou da flecha. Será assim o futebol do futuro? Um árbitro na tevê orientando o que apita?

Mesmo que seja na velocidade quântica, o cérebro humano terá que traduzir a mensagem e quando for aplicá-la a bola já estará longe. O jogo ficará paralisado entre uma coisa e outra?

O pessoal que tenta emplacar a eletrônica no futebol está vibrando. Continuo torcendo para que as arbitragens melhorem e que os árbitros se profissionalizem, mas que possam errar como erram os goleiros e os artilheiros.

 

Flávio Araújo, jornalista e radialista prudentino escreve aos domingos neste espaço.

 
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