Copa sensacional e eletrizante
Aqui estamos de volta. Com esperanças renovadas de não dar mais calotes naqueles que nos seguem há tantos anos. Mas, Ele é quem sabe e não discutimos o caminho traçado. A Copa segue em ritmo alucinante. Não me lembro de haver acompanhado uma fase inicial que empolgasse tanto. Neste 20º Mundial se falta a técnica a vontade supre os pontos em branco. Mesmo as seleções de menor nível conseguem disputar cotejos onde a empolgação e a motivação para a vitória completam a boa nota.
Somente Camarões foi decepção total. Mas, como são os nossos adversários desta segunda-feira melhor não subestimá-los. Até por não contarmos com a mesma força que tivemos nas Copas que vencemos. O Brasil ainda não se mostrou e até agora não exibiu futebol que o credencie a estar entre os favoritos para a jornada do dia 13 no Maracanã.
Entretanto, a cada palavra que vai sendo agregada ao estudo uma nova perspectiva vai surgindo e tudo se modificando. O melhor futebol depois da primeira jornada foi o da Itália. Foi. O futebol da Costa Rica é surpreendentemente bom e não apenas uma zebra. E o Chile, então? Tem muita água para rolar e é isso que faz o futebol ser esse espetáculo de uma grandiosidade que assombra.
Não vou dizer que a Copa que o Brasil patrocina não tenha falhas. Isso não existe. É só procurar que encontra. Mas, como o futebol é admirado antes de tudo por aquilo que ele reflete dos gramados para fora o sucesso é amplo. O fenômeno Luis Suarez, por exemplo, um predestinado. Lembram aquele penal que custou sua expulsão contra Gana na Copa passada. E o transformou num lance de mágica ao contrário de vilão em herói?
São lances desse tipo que estão sendo pródigos nesta Copa. Alemanha, Itália, Argentina vão crescer. No contrafluxo vimos Espanha e Inglaterra, dois campeões do mundo eliminados. Fruto da decadência do futebol do Barcelona e que permite a ascensão de equipe tão somente competitiva como o Atlético de Madri no cenário espanhol.
A decepção portuguesa é outro capítulo. Ninguém ganha Copa com um só jogador porque ele é o melhor do mundo. Mas, também é verdade que de nossos matadores do passado, desde Leônidas e Ademir, passado por Pelé, Jairzinho, Romário, Bebeto, Ronaldo Fenômeno ou Rivaldo hoje só temos saudades. Mesmo assim a Copa do Mundo é a prova maior que a superação pode tudo. Os resultados estão mostrando. Atrás, pois, dessa superação. Não vejo o Brasil jogando como campeão. Mas, vi a Holanda golear e eliminar a Espanha e depois sofrer para ganhar da Austrália. O caminho é por aí.
Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço
