“A gente tem dito que estamos projetando esta companhia para ser mais um bem cultural para Epitácio”, indica o diretor de teatro, dramaturgo e ex-secretário de Cultura de Presidente Prudente, José Fábio Sousa Nougueira. Ele é uma das 22 faces que compõem a recente formação do grupo Sarjeta Companhia de Teatro. Neste ano, conforme o dramaturgo, as atividades da companhia ficarão restritas às oficinas para a capacitação, união e integração do elenco. “A partir do ano que vem, provavelmente, logo após o carnaval, queremos estrear ainda no primeiro semestre aqui em Epitácio um texto chamado ‘Liberdade, liberdade’, de Flávio Rangel e Millôr Fernandes”, discorre o dramaturgo.
“A companhia está sediada aqui em Presidente Epitácio. É nova, embora tenha algumas pessoas com currículo de teatro, mas também tem gente nova, que nunca participou de peças”, conta Fábio.
E de um simples “Oi, lembra de mim?” a um bate-papo e depois “Me passa seu contato”, foi semeada a ideia para a criação da Sarjeta Cia Teatro. É o que narra o professor e teatrólogo, Fernando Bruzatti. “Há algumas semanas atrás estava em uma loja de material de construção e percebi que ao meu lado estava ninguém menos do que o Fábio Nougueira. Um profissional do teatro que tive a oportunidade de trabalhar quando atuava em Presidente Prudente”, relata Fernando, que mesmo distante dos palcos há quase duas décadas, não deixou de pensar em voltar a atuar e a oportunidade surgiu, exatamente, a partir do encontro com Fábio. “E depois de duas ou três trocas de mensagens, a volta aos palcos já era uma realidade”.
Uma das integrantes da companhia, a ex-diretora de Cultura de Epitácio e apaixonada por teatro, Dilma Favaretto, reforça: “A Sarjeta vai ser um precioso instrumento cultural para o nosso município. Nós estamos com sede de cultura. E pessoas de vários segmentos profissionais se juntaram para fortalecer ainda mais as questões culturais por aqui”.
O grupo firmou uma parceria com a Fape (Faculdade de Presidente Epitácio) para ter um espaço onde o elenco possa se encontrar semanalmente para realizar as oficinas teatrais. Conforme Fábio, uma das maiores dificuldades no teatro é ter um local de ensaio e por isso ele define que a “grande parceria” com a Fape faz com que a Sarjeta Cia. Teatro passe a ter uma sede fixa. “Toda terça-feira a gente está se reunindo a noite desenvolvendo atividade teatrais”, pontua.
Fernando Bruzatti conta que a primeira reunião do grupo estava marcada para ser em uma sala no pavilhão da Prefeitura de Epitácio, porém, a entrada no local não foi possível e o encontro aconteceu na rua, na sarjeta. “E assim estamos na terceira reunião com muitas ideias, parcerias firmadas e um lindo caminho pela frente”, declara o teatrólogo.
“Este nome foi dado pelo próprio pessoal da companhia. Hoje somos em torno de 22 pessoas. Cada um sugeriu um nome e teve uma votação. E esse nome ‘Sarjeta’ foi unânime. Então ficou Sarjeta Cia. de Teatro”, explica Fábio. A sugestão do nome veio de um membro do grupo, o jornalista Weber Pessoa.
Segundo o diretor, o intuito do grupo é, realmente, lapidar a Sarjeta com mais um bem cultural para o município. Ele argumenta que “não é algo que vai ter um dono ou pertencer a uma pessoa. Por não ter dono, nós vamos trabalhar em sistema de cooperativa. Ou seja, tudo o que for gato, todo mundo banca igualmente. Não temos nenhum intuito de lucros, mas caso entre algum dinheiro de patrocínio e parcerias será investido na própria companhia”.
Conforme Fabio, outro intuito do grupo é que a Sarjeta seja uma companhia de repertórios. “E o que significa isso? Significa que assim que a gente estrear o espetáculo ‘Liberdade, liberdade’ a gente já vai começar a montar um outro. Então, queremos em dois ou três anos ter três ou quatro espetáculos para estar apresentando constantemente em Presidente Epitácio e em toda região. Ou onde pintar apresentação a gente vai”.
Fotos: Weber Pessoa
Elenco da Sarjeta Companhia de Teatro se reúne toda às terças-feiras em um espaço da Fape
