Cidades podem absorver 70% dos pacientes que procuram pelo HR

REGIÃO - Mellina Dominato

Data 05/06/2014
Horário 07:43
 

Cerca de 12,6 mil pacientes (70%) que dão entrada no pronto-socorro do HR (Hospital Regional Doutor Domingos Leonardo Cerávolo), de Presidente Prudente, têm quadros de saúde considerados "clinicamente simples", os quais poderiam ser absorvidos pela rede básica municipal, por meio dos postos de saúde. A informação é da Secretaria de Estado da Saúde, a qual declara que a instituição é referência para atendimentos de alta complexidade para os 45 municípios da região, porém, também tem atendido casos de baixa e média complexidade. Sérgio Luiz Cordeiro de Andrade, secretário municipal de Saúde, diz que tem conhecimento da situação, a qual é decorrente da escolha dos próprios cidadãos. Frisa que hoje o HR realiza 18 mil consultas por mês no pronto-socorro, mesmo número registrado pelos quatro Pronto Atendimentos Municipais (PAMs). Ao todo, o hospital presta 300 mil atendimentos anuais entre consultas ambulatoriais, cirurgias, exames e atendimentos de urgência e emergência.

Jornal O Imparcial Pronto-socorro do HR realiza 18 mil consultas por mês

Tais dados foram repassados anteontem a representantes do MPE (Ministério Público Estadual), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo e da Procuradoria da República, em Prudente, que estiveram nas dependências do HR para analisar o problema de regulação de vagas na instituição. De acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Saúde, a visita é rotineira e, na ocasião foram entregues informações que já são de conhecimento geral das autoridades da região, sobre os atendimentos do hospital.

"A boa resolutividade das unidades básicas municipais, no sentido de solucionar os problemas de saúde mais simples da população, é fundamental para evitar que hospitais especializados, como o HR de Prudente, sejam sobrecarregados", expõe a pasta.

 

"Comodismo"


Cordeiro diz que tem conhecimento dos atendimentos que poderiam ser prestados pela rede municipal, no entanto, destaca que a procura pelo HR parte da própria população. Frisa que nos últimos anos, quatro PAMs foram instalados na cidade com o intuito de servir a comunidade e dar vazão à instituição regional, porém, isso não ocorreu. "Os números de atendimentos do HR não diminuíram e os nossos aumentaram. A secretaria dispôs de uma melhor estrutura, de prontos-socorros próximos das casas das pessoas, mas estas procuram pelo Hospital Regional porque gostam do atendimento, e também porque têm pressa e querem tudo na hora", alega. "Este é o comodismo do brasileiro. Nas UBSs é preciso marcar consulta, agendar exames e isso a população não quer fazer. Quer atendimento na hora e é pior para a própria comunidade que isso aconteça", complementa.

O secretário municipal salienta que as UBSs funcionam em horário de expediente, nos dias úteis. No entanto, os PAMs do bairro Cohab e jardins Guanabara e Santana estão abertos no período noturno, de segunda a sexta-feira, e por 24 horas no sábado e no domingo. Já o PAM do Conjunto Habitacional Ana Jacinta presta atendimento todos os dias, por 24 horas.

 

SAIBA MAIS


ALTA COMPLEXIDADE


A Secretaria de Estado da Saúde aponta que os casos que devem ser direcionados ao Hospital Regional são os de alta complexidade, ou seja, que envolvam risco de morte, como de pessoas acidentadas, baleadas, acometidas por AVC (acidente vascular cerebral), entre outros. Já os casos de média e baixa complexidade, que devem ser atendidos nos postos municipais de saúde, são de gripes, resfriados, dores de cabeça e pelo corpo, principais tipos recebidos atualmente na instituição.
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