Ciência, consciência e humanização

OPINIÃO - Jair Rodrigues Garcia Júnior

Data 20/10/2022
Horário 05:00

O período desde dezembro de 2019 até final de 2021 foi dominado pelo assunto pandemia e suas diversas repercussões. Muito provavelmente, o segundo assunto mais discutido e que tinha relação direta com o primeiro, foi ciência. Informações críveis, baseadas na ciência, sobre infectologia, epidemiologia, medicamentos, vacinas, etc, circulavam nos veículos de comunicação bem estabelecidos e responsáveis, em paralelo à circulação de informações sem fonte conhecida e muitas opiniões nas redes sociais.
A efusão de informações e opiniões causou todo tipo de dúvidas e incertezas sobre como se comportar e o que esperar. Um bom contingente de pessoas passou a acreditar e valorizar a ciência, enquanto outro contingente levantava dúvidas ou a desprezava. Bom senso e consciência foram qualidades que permitiram a algumas pessoas se protegerem do vírus, manterem a saúde física e mental, e seguirem com o trabalho e a vida enquanto o mundo atravessava a pandemia.
A doença em si prejudicou milhões de pessoas que se infectaram, enquanto outros bilhões de pessoas sofreram as consequências relacionadas aos diversos aspectos da vida. As relações humanas, de maneira geral, parecem ter regredido a um nível impensável sob dois aspectos: do impedimento de encontros entre familiares e amigos, e do conflito, principalmente nas redes sociais e veículos de comunicação, entre pessoas que não toleravam a diversidade de informações e opiniões. Por vezes, o principal e comum inimigo de todos parece ter deixado de ser o vírus e seus efeitos devastadores, sendo substituído pela pessoa que divergia do outro lado.
A retomada gradativa da “normalidade” a partir de 2022, com a volta dos relacionamentos com aproximação, dos encontros mais frequentes entre familiares, amigos e pessoas que têm algo em comum, dos apertos de mãos e abraços, significou a esperança da volta também da humanização. Afinal, a convivência com opiniões divergentes, a tolerância com a diversidade e a disposição de ser solidário com o próximo independente de diferenças, vaidades ou compensações de qualquer natureza são características da humanitude.
O Encontro Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, que está sendo realizado de 17 a 21 de outubro na Unoeste, traz a discussão sobre ciência e humanização, e suas relações com o ensino e a sociedade.
 

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