A região oeste se despede hoje do jornalista e radialista, Clóvis Luquezi Moré, que morreu nesta manhã aos 73 anos. Considerado o “pai de todos” na imprensa regional, estava internado no Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças, em Presidente Prudente, onde sofreu uma parada cardíaca.
O morador de Presidente Venceslau estava em tratamento de um câncer no sistema digestivo, após uma dura batalha já enfrentada há aproximadamente dez anos, a qual foi vencida devido aos tratamentos pelos quais passou. Há poucos meses, a doença retornou e trouxe complicações.
Clóvis é irmão do jornalista e colunista de O Imparcial, Toninho Moré, e também já foi correspondente deste diário por muitos anos. Em 2019, publicou um artigo em que falou sobre o veículo e sua trajetória:
“O Imparcial foi sempre para mim, a casa da imprensa que me recebeu muito bem na atividade profissional. Fiz parte dos seus funcionários por mais de 30 anos, e me orgulho disto”.
A despedida ao comunicador iniciará nesta tarde, no Memorial Organização Presidente, de onde seguirá para sepultamento às 18h de hoje, no Cemitério Municipal de Presidente Venceslau. Ele deixa a esposa Maria Luiza, e as filhas Cristina, Luciana, Luzia e Renato, além de oito netos.
Clóvis nasceu em Presidente Venceslau, filho mais velho de Nico Moré e Lourdes Moré (falecidos), e irmão de Cláudio, Ivan, Rafael, já falecidos; Armando e Toninho. Cresceu e viveu sua juventude na região, período em que deu seus primeiros passos na imprensa, incentivado pelo jornalista Altino Correia.
Não demorou muito e logo ele se tornou um dos ícones da imprensa regional, tanto no radialismo, como no jornalismo impresso. Clóvis é um dos grandes nomes da radiodifusão no oeste paulista, e foi responsável pela evolução da Rádio Presidente Venceslau AM e um dos fundadores da Rádio Jovem Som FM de Presidente Venceslau.
Em meio à administração, especialmente da Rádio Presidente Venceslau AM, Clóvis Moré, juntamente com Esidro Tacca, foi um dos responsáveis pela formação de diversos profissionais da área que até hoje atuam em todo o Brasil. Toninho Moré, irmão de Clóvis, lembra que este detalhe foi muito importante em sua vida.
“Na área profissional ele foi o meu mestre, o meu guru. Comecei na radiodifusão em 1974 em parceria com ele. Desde então me tornei jornalista e radialista”, afirma.
Clóvis Moré teve passagens pelo jornal O Imparcial e TV Fronteira, e na Rádio Presidente Venceslau fez reportagens históricas como os fatos de um sequestro na P1, rebeliões e ateamento de fogo na Prefeitura e no Fórum. Além do trabalho na imprensa, foi professor de economia na Toledo Prudente Centro Universitário e dedicou sua vida à criação de gado, suas duas outras paixões.
“Clóvis era um jornalista contundente em tudo, muito forte em suas opiniões. É considerado um pai de todos os que passaram por ele, e hoje se tornaram grandes profissionais de imprensa”, considera Toninho Moré. “Era um cara fora de sério, que tinha uma inteligência enorme, simplesmente fantástico. Recentemente, comprou uma televisão enorme e ficava na frente dela, sempre se informando, sabia de tudo, ligava para conversar, discutia opiniões”, lembra o irmão.
“Seguramente, nas últimas cinco décadas foi um dos caras que considero mais importantes na área intelectual da região. Totalmente independente, agia sempre como um jornalista que defendia o povo, não tinha medo”.
