“Entrei com meu profissionalismo e a liberdade que o açougue Diamantina nos dá para fazer um trabalho sensacional”. É com esta frase que o açougueiro Roberto Reis conquista milhares de seguidores todos os dias e ajuda a criar um dos conjuntos de vídeos mais assistidos no Instagram (@robertonrs) e no TikTok (@robertodiamantina7).
E o que ele faz de tão especial? Bem, ele produz o que se chama em rede de “vídeos satisfatórios”, que são aquelas peças em série que hipnotizam o espectador como cortar algo, limpar superfícies, repetir atos, organizar e até esmagar objetos. Até a relevância a sons que atendam o termo ASMR, já traduzido como Resposta Sensorial Mediana Autônoma, entram neste conjunto, e de alguma forma todos eles relaxam, dão sensação de tranquilidade e de prazer e desligam o cérebro por alguns instantes.
Quando a gente pensa em estratégia de conteúdo em redes sociais, os vídeos satisfatórios podem ser boas opções para empresas que buscam engajamento, embora, para produzi-los, seja necessário investimento, criatividade, ordem, organização e um bom time de produção.
São milhares e milhares de exemplos e em minhas descobertas recentes está o perfil da Oriengbr (@oriengbr no Insta e no Tik Tok), uma empresa que pega uma explicação bem curiosa da área de engenharia, transforma isso em música, normalmente o mesmo ritmo e talvez feito por IA, e pronto, conquista o povo. É até certo ponto “pegajoso”, mas é do nada que o espectador fica no vídeo para saber como as plataformas de petróleo não são arrastadas oceano afora ou como funcionam os guindastes que atuam nas construções de edifícios. Isso mesmo sem nem ser da área de engenharia.
Minha filha, Maria, outro dia, disse que gosta de ver gente limpando e cortando peixes. Pronto, fui lá ver se era satisfatório e comecei a seguir uns três perfis e perto desse segmento eu adoro a galera que faz sushi. Por quê, sushi, Mancuzo? Sei lá. Mas é legal. Já acompanhou o chef Hiro no Tik Tok (@chef_hiro) ou no Instagram (@sushi_chef.hiro). Enlouqueçam-se com ele.
Enfim, nem tudo sobre rede social tem uma grande explicação lógica e talvez vídeos satisfatórios sejam assim: não servem para nada, a não ser para fazer cócegas no cérebro.