Coletores voltam ao trabalho após feriado

PRUDENTE - ANDRÉ ESTEVES

Data 02/03/2017
Horário 10:21


Muitos bairros de Presidente Prudente amanheceram ontem com as equipes de coleta de lixo e limpeza pública em ação. Após o feriado prolongado, havia muito trabalho a ser feito, com o objetivo de manter a cidade limpa. Responsável pela coleta seletiva no município, a Cooperlix (Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis de Presidente Prudente) disponibiliza para a tarefa cinco caminhões com seus respectivos motoristas e 21 coletores. De acordo com informações da cooperativa, não ocorre, neste período, nenhuma ação intensiva em função do carnaval, sendo que o número de cooperados nas ruas, bem como o de equipamentos, permanece o mesmo empregado em épocas normais.

Jornal O Imparcial Coleta de materiais recicláveis é fonte de renda para atravessadores de Prudente

Destaca ainda a cooperativa que a quantidade de materiais recicláveis coletados semanalmente é de 50 toneladas, contudo, ainda não é possível identificar se houve aumento do montante durante os dias de folia, posto que o balanço é feito somente no fim de cada semana. Quanto à coleta no Balneário da Amizade, local que foi contemplado com o carnaval de rua em 2017, a Cooperlix expõe que os responsáveis pelo evento separam os recicláveis e depois ligam para a cooperativa para a busca dos materiais.

Entretanto, não são apenas as grandes companhias que tomam as ruas para o recolhimento dos produtos recicláveis. Com um carrinho em mãos e debaixo de sol quente, os "atravessadores", como são chamados os catadores de lixo ambulantes, também adotaram seu caminho usual para a coleta de material, cujo repasse contribui para o desafogo financeiro no fim do mês. No entanto, se a expectativa era terminar a manhã com o carrinho cheio, em virtude do maior consumo durante o carnaval, a realidade não foi condizente, como aponta o catador José Milton do Espírito Santo, 59 anos. "Trabalhei no carnaval, mas a quantidade de material arrecadado foi a mesma. Não senti diferença", comenta. O ambulante mora com a sua mãe e encontra no trabalho a possibilidade de ajudá-la com as despesas. No fim de cada mês, após fazer o repasse para os compradores de recicláveis, a soma arrecadada é de R$ 200.

A também catadora Lourdes dos Santos, 72 anos, já é aposentada, mas iniciou a atividade como forma de complementar a renda. Mensalmente, consegue com a coleta de recicláveis o montante de R$ 250. Ela era uma das que esperavam obter uma arrecadação maior na manhã de ontem, mas também não encontrou diferença. Uma vez que tem muitos problemas de saúde, relata que, normalmente, traça o seu percurso durante a manhã. "É um período mais fresco e evito o sol quente", denota.

Já o comprador de sucata, Ivan Roberto Silva, 39 anos, ganha a vida comprando os materiais coletados por esses ambulantes. Como ele próprio destaca: "Eu ligo a corneta e já sabem que estou passando". Em um único mês, ele consegue adquirir, geralmente, 800 quilos de alumínio e metal, que, após a revenda, resultam em uma média de R$ 2 mil. Segundo ele, o carnaval não deve interferir nesse valor. "O esperado era que a quantidade de material aumentasse, até porque o pessoal bebe mais nos dias de festa, mas acho que, por conta da crise, muitos preferiram economizar. Como trabalho pra fora também, passei pelos balneários e, em todos, a situação está bem fraca", considera.

 
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